Mau tempo: Proteção Civil “chamou” a Proteção Civil ao edifício do antigo Governo Civil de Beja.


Bastou uma forte bátega de água que caiu cerca das 13,40 horas, que não originou qualquer pedido de socorro aos Bombeiros de Beja, para que o edifício do antigo Governo Civil de Beja ficasse parcialmente alagado.

Em causa está um problema estrutural e de falta de reparação nos telhados, o que leva a que água se infiltre pelas paredes e “chova como na rua”, tornando intransitáveis diversas escadas e corredores do espaço, onde estão alojadas diversas instituições, entre elas o Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo (CSREPCBA).

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O edifício, que é propriedade do Ministério da Administração Interna (MAI), para além do CSREPCBA alberga ainda o Comando Distrital da PSP e diversas das suas valências, entre elas o Núcleo de Armas, a Agência para a Imigração e Asilo (AIMA), antigo SEF, o Instituto de Mobilidade e Transportes (IMT), a Direção de Finanças, o Núcleo de Apoio à Vítima (NAV) e a Assembleia Municipal de Beja (AMB).

As condições do edifício são degradantes, não existindo uma instituição que faça a gestão e manutenção interior e exterior do espaço, nem que garanta a segurança das instalações. No interior há zonas sem luzes, paredes cheias de salitre e a cair aos bocados e casas de banho encerradas por falta de condições.

Sempre que chove, é recorrente a Proteção Civil vedar os locais mais problemáticos a fim de proteger os cidadãos, trabalhadores das diversas instituições e os muitos utentes que se deslocam aos diversos serviços.

Visitado diariamente por centenas de cidadãos que se deslocam à AIMA, PSP e IMT, o edifício não tem uma casas de banho públicas e os utentes que recorrem àqueles serviços têm que se deslocar a um café ou então às casas de banho do Jardim Público, a mais de 400 metros de distância.

No início de 2019, o Comando da PSP fez saber à então secretária de Estado da Administração Interna, Isabel Oneto, “que está disponível para receber todo o edifício”. PSP e Câmara Municipal de Beja partilharam da mesma opinião: o edifício deveria ser a sede de todas as unidades orgânicas da Polícia. Até hoje não houve resposta.

Em novembro daquele ano, a queda de rebocos das paredes e o perigo de aluimento do beiral, por infiltrações de água junto ao algeroz, próximo de uma das portas do edifício do antigo Governo Civil de Beja, levou ontem à interdição do espaço à circulação de pessoas e estacionamento de viaturas. O Município notificou o MAI, mas não foram feitas obras e grades acabaram por ser retiradas do local, podem a qualquer momento volta a acontecer a queda de rebocos e beirais.

Na próxima segunda-feira, no antigo Salão Nobre, onde também funciona a Assembleia Municipal de Beja, vai realizar-se um julgamento que envolve com 22 arguidos por tráfico de pessoas e associação criminosa, doze dos quais estão em prisão preventiva, o que envolvem dezenas de guardas prisionais, vinte advogados, meia centena de teste munhas, doze interpretes, 4 magistrados e uma funcionária judicial.

Teixeira Correia

(jornalista)


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