Os dois indivíduos de Olhão que passaram a pé a fronteira do Pomarão com haxixe, foram condenados a pena de prisão.
Assumiram a ida a Espanha a pé, pela ponte do Pomarão (Mértola) desrespeitando o fecho de fronteiras entre os dois países, por causa da pandemia de covid-19, justificando que o fizeram por serem “consumidores compulsivos de haxixe e falta de produto no mercado por causa da pandemia de covid-19”, o que não convenceu o Coletivo de Juízes presidido pela magistrada Ana Batista.
Os dois indivíduos são residentes em Olhão, foram condenados a prisão efetiva, tendo David Marcos de 39 anos, sido condenado a 5 anos, Vito Martins de 31 anos, a 4 anos e 9 meses, tendo ficado em liberdade a aguardar o trânsito em julgado do acórdão, pela prática em coautoria de um crime de tráfico de estupefacientes.
Na tarde de 3 de abril do ano passado, pouco mais de duas semanas após o fecho das fronteiras terrestres entre os dois países, depois de fazerem mais de 150 quilómetros desde Olhão, os suspeitos atravessaram a pé a fronteira pela Ponte Internacional do Baixo Guadiana que liga o Pomarão a El Granado, que estava bloqueada, tendo no regresso sido detidos em flagrante por militares da GNR na posse de dois quilos de haxixe.
Os dois arguidos transportavam 20 placas de haxixe que dava para quase 5.700 doses individuais, tendo ainda sido apreendidos outros bens, nomeadamente, uma viatura automóvel, 400 euros em numerário e três telemóveis. Na primeira sessão do julgamento os dois homens assumiram terem pago 2.500 euros cada um pelo produto estupefaciente.
A juíza Ana Batista considerou que as explicações dos arguidos sustentando que “a quantidade de haxixe adquirido e os valores gostos, não são compatíveis com os vossos rendimentos mensais e o estupefaciente ser só para consumo próprio”, rematou.
Teixeira Correia
(jornalista)
