Ministério Público: Acusa 26 arguidos, 18 estão em preventiva, dos crimes de associação criminosa e tráfico de pessoas.
As declarações de uma mulher romena num processo de lenocínio, deram origem a uma investigação que culminou com o Ministério Público a acusar 26 arguidos da prática de crimes de associação criminosa e 35 crimes de tráfico de pessoas e 4 deles ainda do crime de posse de arma proibida.
O golpe final na rede foi dado no passado dia 3 de novembro, quando inspetores da PJ detiveram em Beja, o advogado Hugo Machado, tido como um dos principais elementos do numeroso e organizado grupo.
A investigação concluiu que o advogado, valendo-se da sua profissão, orientou os demais arguidos, na adquisição de uma aparência empresarial legal, além de movimentar contas bancárias ligadas à atividade criminosa.
Vinte dias após a detenção do causídico o Ministério Público deduziu a acusação contra 26 os arguidos, 18 estão sujeitos à medida de prisão preventiva, 17 cidadãos romenos e búlgaros e 1 português, um com pulseira eletrónica e ainda estão pendentes mandatos de detenção europeus contra três arguidos romenos, para aplicação da medida de prisão preventiva.
A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) sustenta que os arguidos criaram uma rede organizada que entre setembro de 2011 e novembro de 2015, se dedicou a explorar cidadãos romenos e búlgaros, em atividades sexuais e de trabalho, em vários locais do Oeste, em Torres Vedras e do Alentejo, Beja, Serpa e Odemira.
No dia 17 de novembro de 2015, no âmbito da operação “Corda Bamba”, cerca de uma centena de inspetores da PJ, fez três dezenas de buscas domiciliárias, quatro dos arguidos tinham na sua posse armas, brancas e de fogo, e de munições.
Os arguidos em prisão preventiva, dezassete estão no Estabelecimento Prisional (EP) de Lisboa e o advogado no EP da PJ, também naquela cidade.
O inquérito, do qual foram extraídas certidões que deram origem a outros processos, foi titulado pela 4ª secção do Departamento se Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra, que teve a colaboração das Unidades Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) e de Perícia Financeira e Contabilística (UPFC) da Polícia Judiciária e do Gabinete de Recuperação de Ativos.
Teixeira correia
(jornalista)