Helicóptero de combate a incêndios deve regressar ao Centro de Meios Aéreos de Moura. A infraestrutura é da EDIA, mas vai passar para alçada da Câmara Municipal.
Visando a recolocação, a partir do próximo dia 1 de junho, de um helicóptero de ataque inicial a fogos florestais no Centro de Meios Aéreos (CMA), realiza-se hoje, pelas 14,30 horas, no edifício do Município de Moura, uma reunião que junta os presidentes da autarquia e da Proteção Civil e outros atores que atuam no sector de combate aos incêndios.
O CMA fica localizado no heliporto situado no extremo Este do paredão da barragem de Alqueva e é pertença da Empresa de Desenvolvimento de Infraestruturas de Alqueva (EDIA) e vai passar para a posse da Câmara Municipal de Moura (CMM), daí a necessidade de acautelar a acomodação da aeronave e dos operacionais das diversas instituições envolvidas no processo.
O encontro liderado por Álvaro Azedo, presidente da autarquia, conta com a presença do General Duarte da Costa, presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) e dos comandantes da Unidade de Emergência e Proteção e Socorro (UEPS) da GNR, da Força Especial de Bombeiro “Canarinhos” (FEB), do Comandos Regional do Alentejo e Sub-Regional do Baixo Alentejo da Proteção Civil e dos Bombeiros Voluntários de Moura.
Ao Lidador Notícias, Álvaro Azedo, justificou que “os processos de certificação e de utilização do heliporto estão em curso e daí a necessidade de articular com as diversas entidades um protocolo para a correta utilização. O espaço já foi um CMA certificado e há novas regras a cumprir e a autarquia tem todo o interesse na sua reativação”, justificou.
O edil recordou que além dos operacionais dos “Canarinhos, está uma equipa do CMA para operar a aeronave e é precisa uma correlação de forças que inclua a atuação dos bombeiros”, lembrando o autarca que se trata de uma infraestrutura “muito importante não só para o concelho como para a região limítrofe, incluindo Espanha”, concluiu.
Álvaro Azedo sustentou que “é verdade que as ocorrências são as que são e é preferível não as ter, mas há que ter em atenção a extensão e densidade do território”, lembrando o edil que “há uma grande relação com Espanha, por causa da Herdade da Contenda, um território partilhado pelos dois países com mais de 10.000 hectares”, rematou.
Entre 2017 e 2020 a Câmara de Moura, em articulação com o então Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) e a EDIA promoveu um conjunto de benfeitorias nas instalações no CMA, mas em junho deste último ano sofreu um contratempo, o helicóptero de combate aos incêndios foi retirado do local.
Na altura o Álvaro Azedo, presidente da autarquia mourense, em conjunto com os seus colegas dos Municípios de Barrancos, Serpa e Mértola enviaram uma carta ao então ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, onde solicitavam uma audiência e ao mesmo tempo lamentavam “a ausência de diálogo no decorrer do processo que levou à retirada no meio aéreo”, justificavam.
Teixeira Correia
(jornalista)