O que era ao início um incêndio provocado por causas desconhecidas, passou a ser assumido como uma vingança, instigada por pretensas agressões e um ajuste de contas, na sequência de uma queixa por violência doméstica.
Tudo terá começa da tarde de terça-feira quando a mulher, de 70 anos, apresentou queixa na GNR contra o marido, de 75 anos, por violência doméstica, o que levou a que a mulher e a filha tivessem abandonado a habitação localizada no Monte dos Secos, na freguesia de Nossa Senhora das Neves, a cerca de seis quilómetros de Beja.
O segundo comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo (CSREPCBA), que passava na EN 256 viajando de Serpa para Beja, foi a primeira pessoa que chegou ao local do sinistro e deu com o homem sentado no exterior da casa, com sinais de agressões. Ao CSREPCBA o homem atirou de imediato: “acabei de puxar fogo à casa e já estão aqui os bombeiros”, o que levantou suspeitas sobre o que terá ocorrido para levar àquele desfecho.
Depois de dominado o incêndio, foram descobertas manchas de sangue no interior e exterior das traseiras da casa e mobiliário destruído, o que deixava perceber que terá havido uma luta dentro da habitação.
O alerta para o incêndio foi dado às 09,20 horas, tendo o homem sido levado de imediato para o Serviço de Urgência do Hospital José Joaquim Fernandes, dando entrada na unidade de saúde como vítima de uma intoxicação por inalação de fumo, apresentando também algumas escoriações na cabeça e no corpo, que não lhe causaram risco de vida, estando internado no Serviço de Observação.
A GNR esteve na residência para tomar do incêndio, tendo depois deslocado a patrulha ao hospital para inquirir o homem sobre a origem das manchas de sangue que foram encontradas na habitação e das lesões corporais, não tendo o homem revelado às autoridades o que aconteceu, nem quem terá estado envolvido nas agressões.
Um bombeiro, de 41 anos, devido à carga térmica que se fazia sentir no interior da habitação sentiu-se mal e desidratado e por precaução foi também transportado para o Hospital de Beja, onde foi observado, tendo tido alta médica pouco tempo depois.
Segundo apurou o Lidadsor Notícias) LN, o caso de violência doméstica foi de imediato transmitido pela Comando Territorial de Beja da GNR à Diretoria do Sul da Polícia Judiciária, que agora irá juntar também a investigação ao incêndio.
O Serviço Municipal de Proteção Civil no sentido de perceber se as duas mulheres precisavam de ser realojadas temporariamente até a casa ser recuperada ou se ficavam em casa de familiares.
No combate ao incêndio estiveram no local 12 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Beja apoiados por 5 viaturas, uma patrulha da GNR e o segundo comandante do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo.
Teixeira Correia
(jornalista)
