Odemira: Irmão de homicida de cabo da GNR em 2001, foi ontem morto à facada.


O irmão do indivíduo, que ainda cumpre pena de prisão pelo homicídio de João Silva, cabo da GNR do posto de São Luís, Odemira, ocorrido em novembro de 2001, foi ontem morto à facada, depois de atacado em casa, ao que foi descrito às autoridades, por um grupo de seis indivíduos.

ODEMIRA- Corpo cigano_800x800O caso ocorreu às 04,20 horas de ontem, na localidade de Brunheiras, perto de Vila Nova de Milfontes, concelho de Odemira, com André C., de 40 anos, a ser esfaqueado no pescoço até à morte. Na casa encontrava-se um irmão da vítima, de nome Carlos, que ficou com ferimentos ligeiros, e ainda uma mulher que não sofreu qualquer ferimento.

André teve morte imediata, tendo o irmão e a mulher dado o alerta às autoridades e contado que foram alvo do ataque de um grupo de seis homens, de família rival, que terão fugido num BMW, de cor branca, em direção a Sines.

A versão contada aos inspetores da Polícia Judiciária de Setúbal, foi a de que se terá verificado um assalto à residência, o que não terá convencido as mesmas, já que no interior da casa, nada estava mexido. Outro pormenor que não convenceu a investigação foi o uso de uma arma branca em vez de uma arma de fogo, como é habitual no acerto de contas entre famílias rivais.

Para a PJ também não encaixa no cenário do crime, o facto de André ter sido morto e o irmão sofrido ferimentos ligeiros, quando atacados por um grupo violento de seis homens.

Militares do Destacamento da GNR do Posto de Vila Nova de Milfontes, tomaram conta da ocorrência, mas a investigação passou para a PJ que depois de recolher vestígios e ouvir os dois sobreviventes, levou Carlos para Setúbal a fim de proceder a um interrogatório mais prolongado e minucioso, para perceber “melhor os verdadeiros contornos do crime”.

O corpo da vítima foi trasladado para o Gabinete Médico-Legal do Hospital de Beja (foto da chegada da ambulância, acompanhada da GNR de V.N.Milfontes), onde vai ser autopsiado.

Morte do cabo João Silva

O homicídio ocorreu na tarde de 3 de novembro de 2001, no lugar de Casas Novas do Barranquinho, próximo de São Luís (Odemira), quando o cabo João Silva, de 35 anos, abordou três indivíduos por, dois homens e uma mulher, por alegadamente estarem a lidar com estupefacientes.

Na altura o militar não estava de serviço e foi abatido com uma arma sua propriedade, mas que não era a arma de serviço.

Morte “histórica” para as forças de segurança

Foi a partir da morte do cabo João Silva, que as famílias dos militares mortos em serviço, começaram a receber a “compensação especial por morte” que se traduz no pagamento de 250 ordenados mínimos nacionais.

Severiano Teixeira, ministro, e Rui Pereira, secretário de Estado, tutelavam a pasta da Administração Interna. José Alho, presidente da ASPIG, recorda como “uma luta histórica”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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