Odemira: Julgado por oito crimes, de ameaça agravada, tráfico de droga, posse de armas e moeda falsa.
Indivíduo preso em março em Cavaleiro (Odemira), depois de disparos de caçadeira, julgado no Tribunal de Beja por oito crimes, de ameaça agravada, tráfico de droga, posse de armas e moeda falsa.
Um individuo de 33 anos, natural aldeia de Cavaleiro, concelho de Odemira, começou ontem (terça-feira) a ser julgado no Tribunal de Beja, acusado de oito crimes. Joel Marques, em prisão preventiva na cadeia de Beja, responde por três crimes de ameaça agravada à integridade física com recurso a arma de fogo, três de posse de arma proibida, um de tráfico de droga e um de aquisição de moeda falsa.
Tudo começou na noite de 23 de março do corrente ano, quando militares da GNR receberam uma denúncia por disparos com arma de fogo, naquela localidade, acabando por deter o individuo pela posse de uma caçadeira de canos cerrados, calibre 12 milímetros, uma besta e uma placa de haxixe com 97,7 gramas, suficiente para 367 doses.
Posteriormente e na sequência de uma busca domiciliária foram ainda apreendidas duas pistolas, uma de 9 mm e outra 6,35 mm, e munições de vários calibres. Na residência, o individuo tinha 18 placas de haxixe com 1.787,75 gramas, suficientes para 6.199 doses, mais 58 de cannabis, 9 de MDMA e 28 pastilhas de ecstasy, além de duas balanças de precisão. Foram ainda confiscados 1.480 euros, que posteriormente se vieram a revelar como falsos.
Tudo começou quando o arguido se dirigiu a uma residência na localidade do Cavaleiro, entrou na mesma e empunhando uma caçadeira ameaçou matar um casal, que acordou com o barulho provocado pela entrada na casa. Já na rua o indivíduo viria a efetuar um disparo que levou ao alerta às autoridades.
Em tribunal o arguido justificou a sua atitude pelo facto de “terem desaparecido a carteira e umas chaves”, presumivelmente levados pelo casal com quem tinha almoçado.
Ao longo do seu depoimento, o indivíduo recorreu ao “não sei, não me recordo, não me lembrou”, sustentando que tinha “ingerido muito medronho e estava alcoolizado”, concluiu.
Quanto à droga disse ter “encontrado na praia de Odeceixe (Algarve), resultante de um desembarque mal sucedido”, concluiu. Já as notas falsas foram “impingidas”, por um homem a quem vendeu uma mota. O Coletivo de Juízes referiu que foi “contada uma história sem pés nem cabeça e sem o mínimo de arrependimento” do arguido.
Teixeira Correia
(jornalista)