Odemira: Marcha pela Água, domingo a partir das 11,00 horas em Boavista dos Pinheiros.


“Pela regeneração ecológica da região, contra a expansão da agroindústria”. Um grupo de iniciativas, movimentos e comunidades apela à participação na Marcha pela Água.

É um convite a todos os que querem proteger a água no Sudoeste Alentejano, face aos riscos que ameaçam toda a região. O Sudoeste Alentejano tornou-se palco de um conflito decisivo para o futuro desta região.

Neste sentido, pretende o movimento afirmar a oposição a uma agroindústria abusiva que destrói e polui o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, consome os escassos recursos hídricos da barragem de Santa Clara e explora desumanamente dezenas de milhares de trabalhadores migrantes.

Ao mesmo tempo, é importante abordar as causas fundamentais que levaram à actual crise de água, com décadas de má gestão da água e dos solos que produziram o processo de desertificação em curso, o esgotamento de aquíferos, o desaparecimento de flora e fauna, e um aumento do número de incêndios e inundações.

Esta região enfrenta uma escolha determinante, entre a degradação ecológica e a possibilidade de regeneração. Acreditamos que, se conseguirmos propor e seguir uma visão alternativa coerente para o futuro deste território, não estamos apenas a evitar o pior, mas também a desenvolver um exemplo vivo para uma cultura regenerativa. Existe já um crescente número de iniciativas agroecológicas e comunitárias que tornam visível a mudança que urge fazer.

Querem os promotores unir diversas iniciativas, activistas e comunidades, tanto as tradicionais como as mais inovadoras, num espaço de escuta, intercâmbio e apoio mútuo. A Marcha Pela Água, a 17 de Outubro, quer juntar todos os que se preocupam com a água, com a dignidade humana e com o futuro desta região, alinhando os sonhos de um futuro colectivo, coordenando posições e estratégias para travar a expansão da agroindústria intensiva.

Não só no Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, mas também no Baixo Alentejo e no Algarve, regiões já gravemente afectadas pelos efeitos da crise climática, com grandes períodos de seca extrema, quanto mais, sendo também alvo da agroindústria desenfreada, sem regras nem limites, como testemunhamos todos os dias.

A Marcha Pela Água é o culminar do Encontro Pela Água, uma iniciativa onde participam activistas desde Serpa a Odemira e de Lagos a Lisboa, com trabalho desenvolvido na proteção da água, na regeneração de ecossistemas, na definição de políticas e/ou que detêm conhecimento para a criação de uma Aliança Regional pela Água. O encontro terá lugar na comunidade de Tamera, em Relíquias, nos dias 15 e 16 de Outubro.

A Marcha Pela Água é aberta ao público, com início às 11h na Boavista dos Pinheiros e segue até Odemira, ao longo do Rio Mira, num misto entre uma marcha activista e uma experiência comunitária, para travar a expansão da agroindústria e promover as alternativas disponíveis. Na parte da tarde a Marcha pela Água dá lugar a uma concentração no Jardim de Sousa Prado, em Odemira, às 14h30 onde haverá lugar para intervenções, música e outras actividades.


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