Odemira: Presença ilegal em Portugal, pode ser razão para fuga à GNR. Vítimas sem documentos.


A falta de documentos e a eventual presença ilegal em Portugal, por parte dos quatro indivíduos que seguiam num furgão que desobedeceu às ordens da GNR, em S.Teotónio, concelho de Odemira, poderá ser a razão para a fuga às autoridades.

odemira-furgao_800x800Segundo apurou o Lidador Notícias (LN), os indivíduos, três nepaleses e um paquistanês, não possuíam qualquer documento na sua posse. Das duas vítimas mortais, cujos corpos foram levados para o Gabinete Médico-Legal do Hospital de Beja, só um deles tinha uma fotocópia do cartão de cidadão. Trata-se de Amil Kthapa, 26 anos, natural do Nepal.

Tudo começou cerca da 01.00 horas, junto à ponte fluvial do rio Mira, em Vila Nova de Milfontes e teve o epílogo 30 quilómetros depois, perto de S.Teotónio, localidade os indivíduos residiam.

Aquilo que seria uma operação de rotina da GNR pelo facto do veículo não ter luzes na retaguarda, deu lugar a uma fuga e o despiste da viatura que originou dois mortos e dois feridos graves.

O ferido mais grave, de nacionalidade paquistanesa e condutor da viatura, foi transportado no helicóptero do INEM para o Hospital de São José, em Lisboa e o outro, um cidadão nepalês, para o Hospital do Litoral Alentejano, em Santiago do Cacém. Um é nepalês e o outro paquistanês e em comum têm o facto de trabalharem para empresas de produção de frutas e legumes em estufas da região.

O furgão, com registo de propriedade em Lisboa, passou por uma operação Stop, levada a cabo pela GNR de Vila Nova de Milfontes na EN 393, sem que fosse mandado parar, mas, a falta de luzes na retaguarda da viatura, levou a um alerta para outra patrulha que se encontrava em S.Teotónio, ambas as localidades no concelho de Odemira.

Ao chegar junto da segunda patrulha, já na EN 120, o condutor da viatura desobedeceu à ordem de paragem. A GNR encetou a perseguição aos fugitivos e três quilómetros depois foi encontrar a viatura despistada e com dois dos indivíduos já sem vida e outros dois gravemente feridos.

O Major Carlos Bengala, Relações Públicas do Comando Territorial de Beja, referiu que os indivíduos “abrandaram e fizeram menção de parar, depois arrancaram a alta velocidade e fugiram”, acrescentando que quando os militares encetaram a perseguição na EN 113 “foram encontrar a carrinha despistada e dentro dois mortos e dois feridos graves”, rematou.

Nas operações de socorro, cujo alerta chegou ao Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Beja às 01,22 horas, estiveram envolvidos 19 operacionais dos Bombeiros de Odemira, VMER do Litoral Alentejano, SIV de Odemira apoiados por oito viaturas e um helicóptero do INEM.

Horticultura no Sudoeste Alentejano

A Associação de Horticultores do Sudoeste Alentejano (AHSA) tem 12 empresas associadas, que exploram uma área de produção de 2000 hectares, e produzem hortícolas e ornamentais ao ar livre, frutos vermelhos em túneis e tomate e pimentos em estufas de vidro e plástico.

As associadas da AHSA empregam cerca de 2500 trabalhadores diretos e no seu conjunto têm um volume de vendas de 76 milhões de euros. Nas campanhas de plantação e colheita a maioria desses assalariados são oriundos da Bulgária, Roménia, Tailândia, Nepal, India e Paquistão.

Teixeira Correia

(jornalista)


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