Odemira: Solidariedade Imigrante promove hoje ação de protesto em São Teotónio.


A freguesia de São Teotónio, no concelho de Odemira, que com a agregação de Zambujeira do Mar em virtude da reorganização administrativa de 2013, passou a ter no espaço geográfico a grande parte das estufas do concelho e que emprega a esmagadora maioria de imigrantes.

Em 10 anos, entre 2011 e 2021, São Teotónio teve um aumento de população de 57,3%, estando naquele último registados 8.899 habitantes legais.

Diariamente chegam novos trabalhadores oriundos dos países indostânicos, a maioria ilegais e que com as novas regras impostas pelo Governo não conseguem cumprir os requisitos para trabalhar e acabando nas mãos das máfias que os exploram.

Segundo os dados revelados ao Lidador Notícias por Alberto Matos, dirigente nacional e responsável da Delegação do Alentejo da Associação Solidariedade Imigrante (SOLIM), existem no concelho de Odemira mais de 15 mil imigrantes legalizados, e que desde março época alta do trabalho nas estufas, já se juntaram mais de 10 mil novos imigrantes, tudo trabalhadores sazonais, a esmagadora maioria em situação ilegal.

Sob o lema “Somos gente como tu. Trabalhamos e ajudamos este País”, realiza-se a partir das 17h00 desta sexta-feira, no Largo do Quintalão, em São Teotónio, uma grande ação de protesto e de luta coordenada pela SOLIM, visando a agregar trabalhadores de todas as nacionalidades.

“Trata-se de uma grande concentração visando chamar a atenção do Governo para diversas situações ilegais que a nova lei criou, além de protestar contra eventuais situações de deportação de imigrantes”, justificou Alberto Matos.

Segundo o dirigente da SOLIM, “há inúmeras pessoas que são obrigadas a estar em situação ilegal face a uma lei que fechou as portas à legalização, reagrupamento de familiares pendentes e muitos que não conseguem renovar a autorização de residência”, acrescentando que ainda assim continuam a chegar novos trabalhadores ilegais todos os dias.

Para Alberto Matos “o governo vai adiando a resolução de problema. Vai fazendo sucessivas renovações, mas que os impede de visitar as suas famílias”, acrescentando que o mesmo Governo que “fecha as portas para a imigração legal, abre as portas às máfias que exploram os ilegais”, concluiu.

Sobre o anúncio de que já foram notificados mais de quatro mil imigrantes iligais para deixarem Portugal, o líder da SOLIM sustenta que se trata de “ameaças com fins eleitorais, mas que se deve levar a sério” acusando o Executivo de Luís Montenegro de estar “a cumprir a agenda da extrema direita, em que o Chega faz do Governo o seu instrumento”, rematou.

Teixeira Correia

(jornalista)


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