OPINIÃO (Rogério Copeto/ Oficial GNR): RESIDÊNCIA SEGURA.
A Guarda Nacional Republicana inicia hoje uma operação denominada “Residência Segura” que terminará no próximo domingo, com o objectivo de prevenir os furtos e roubos em residência, difundindo ainda conselhos de segurança a adotar pelos cidadãos.
Tenente-Coronel da GNR, Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna
Chefe da Divisão de Ensino/ Comando da Doutrina e Formação
(N.D.R.: Faz hoje um ano, que foi publicado o primeiro artigo de Opinião do Tenente-coronel Rogério Copeto. O Lidador Notícias lembra a efeméride e deixa um reconhecido OBRIGADO ao nosso colaborador e amigo.)
Esta operação tem origem no “Projeto Residência Segura”, que nasceu como resposta a um aumento do sentimento de insegurança, por motivo da ocorrência de vários assaltos a residências com recurso a sequestro e violência, que ocorreram no concelho de Loulé, no final de 2009, tendo em 2010 o “Projecto Residência Segura”, após ter sido considerado pelo Comando da GNR como “Boa Prática”, representado Portugal no “Prémio Europeu de Prevenção da Criminalidade”, que teve como tema nesse ano “Por uma Casa Segura, numa Comunidade mais Segura, através da Prevenção, do Policiamento e da Reinserção”.
O “Projeto Residência Segura” foi por isso alargado a todo à área sob responsabilidade da GNR e conta com meios materiais e humanos em regime de exclusividade e que têm como responsabilidade a georeferenciação de todas as residências isoladas, para uma melhor localização em caso de ocorrência, permitindo ainda direccionar o patrulhamento de proximidade.
Apesar da “Operação Residência Segura” ter nascido por motivo da ocorrência de assaltos com recurso a violência e sequestro dos proprietários, o chamado homejacking, importa referir que no conjunto dos crimes praticados em Portugal, este tipo de crime é a exceção, porque os assaltos a residência, ocorrem na sua maioria durante a ausência dos seus proprietários, por ser do ponto de vista do assaltante uma situação mais vantajosa, em virtude de ser maior a possibilidade de sucesso, sendo esse dado comprovado pelo Relatório Anual de Segurança Interna 2014.
O homejacking é assim o assalto a residência, com sequestro dos seus proprietários e recurso à violência, e nas situações mais graves pode resultar em homicídio, sendo aquele que possivelmente, do ponto de vista psicológico, mais sequelas deixa nas suas vítimas, muito difíceis de ultrapassar, levando não raras vezes, à mudança de residência, por as mesmas não se sentirem seguras na sua própria habitação.
Mas conforme referido a maioria dos assaltos a residências ocorre na ausência dos proprietários, e mesmo nessas situações as vítimas não conseguem ultrapassar facilmente a situação, por considerarem que o seu espaço mais privado e onde se sentem mais seguros, foi violado, passando a viver em constante sobressalto.
Por isso, esta iniciativa da GNR, que se baseia numa filosofia de policiamento de proximidade, pretende incrementar as condições de proteção e segurança da generalidade da população em especial os mais vulneráveis, como são os idosos e os que residem em locais isolados.
Para garantir essa protecção a GNR recorre ao reforço do policiamento através de patrulhas apeadas e do estabelecimento de regras e procedimentos de segurança de carácter geral, realizando ainda ações de sensibilização e informação para a adoção das medidas que melhor respondam às necessidades e condições específicas das habitações, relativamente a furtos e assaltos a residências, repetindo os principais conselhos que passam por deixar as portas e janelas fechadas sempre que sair, colocar um óculo e uma corrente de segurança na sua porta, não deixar entrar pessoas suspeitas ou desconhecidas, sem ter a certeza de quem são, ter sempre à mão os números de telefone para poder comunicar com alguém, principalmente com a GNR, não deixar escritos na porta, janela ou caixa do correio, que indiquem a sua ausência, não deixar acumular correspondência na caixa do correio e colocar na porta uma fechadura segura.
E quando se ausentar de sua casa, por vários dias, informe a GNR da sua área de residência, e se for por motivo de férias durante o período entre 15 de junho e 15 de Setembro, pode inscrever-se no programa Verão Seguro, que tem como objectivo “ajudar o cidadão a gozar as férias tranquilamente quando se encontra fora da sua residência habitual”, sendo no entanto necessário tomar algumas precauções, nomeadamente, pedir a um vizinho ou a um amigo de confiança que recolha o seu correio, para que não se acumule na caixa do correio, sendo isso um sinal que a casa está desabitada, e se tiver um segundo carro e o não levar de férias, peça a alguém que o mude de lugar de vez em quando durante a sua ausência, deixe jóias e outros objectos de valor num lugar seguro, se tiver instalado em casa um sistema de alarme verifique se está devidamente ligado antes de sair, evite fazer publicidade da sua viagem de férias, nomeadamente nas redes sociais, deixe a alguém da sua confiança o endereço do local onde vai passar as férias no caso de ser necessário contactá-lo, não carregue a sua viatura na noite anterior, faça-o na manhã seguinte e antes de partir, verifique que todas as portas e janelas estão bem fechadas e que leva consigo todas as chaves necessárias.
Para a GNR esta operação tem também o objectivo de intensificar a proximidade à população, sensibilizando-a para este tipo de criminalidade, garantido as condições para que se sintam protegidos, sendo por esse motivo que a GNR laça todos os anos a “Operação Residência Segura”, de forma a potenciar o sentimento de segurança junto de toda a população, em especial os idosos e os que residem em locais isolados.