Ourique: Helicóptero de combate a incêndios do Centro de Meios Aéreos é “Uber” da tripulação.


Está a gerar polémica o facto do helicóptero de combate a incêndios rurais, colocado no Centro de Meios Aéreos (CMA) de Ourique, descolar todos os dias rumo ao Algarve, transportando a tripulação, cujos operacionais residem naquela região.

Desde 28 de junho que diariamente, vinda do CMA de São Brás de Alportel, concelho de Faro, a aeronave chega ao CMA de Ourique às 09h15 e desloca-se de novo para o Algarve às 19h45, transportando a tripulação, como se de um “Uber” se tratasse, com todos os custos inerentes para o erário público.

A distância entre Ourique e São Brás de Alportel, por via terrestre, utilizando a A2 e A22, são pouco mais de 100 quilómetros, numa deslocação que é inferior a uma hora de viagem, cujos custos, incluindo uma viatura alugada, portagens e combustível, ficariam muito longe dos valores diários das duas operações de voo entre o Algarve e o Alentejo.

Questionada a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) sobre as razões que razões levam à efetiva da deslocação diária da aeronave entre o CMA de São Brás de Alportel e o de Ourique, foi referido que “a mesma está sediada em São Brás, mas está a ser preposicionada em Ourique, por conveniência operacional face ao perigo de incêndios rurais”, acrescentando que esta medida visa “mitigar a indisponibilidade de quatro helicópteros ligeiros previstos para a Região Alentejo”, rematou a instituição.

Quando colocada sobre os custos diário para o erário público e porque razão não é feita a deslocação da tripulação por via terrestre, ficando a aeronave em Ourique, a ANEPC justificou que “são questões que devem ser colocadas à entidade contratante, a Força Aérea Portuguesa”, resumiram.

As referidas questões foram colocadas ao Estado Maior da Força Aérea (EMFA), mas a FAO não prestou quaisquer esclarecimentos sobre as verbas e questões contratuais envolvidas na situação.

De acordo com uma fonte contatada pelo Lidador Notícias (LN) e conhecedora do processo, a aeronave deverá deixar de estar de novo no CAM de Ourique nos próximos dias, o que encaixa na resposta da ANEPC que sobre a “operação” iria ser alterada, foi justificado que “sim, por conveniência operacional”, remataram.

Teixeira Correia

(jornalista)


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