Ourique: Septuagenária acusada de homicídio qualificado em morte no lar.


A septuagenária que o ano passado matou à bengalada a sua colega de quarto, no Lar da Santa Casa da Misericórdia, em Ourique, foi acusada pelo Ministério Público (MP) daquela localidade, do crime de homicídio qualificado e arrisca 25 anos de prisão.

O crime ocorreu na noite de 8 de maio de 2016, na sequência de uma discussão iniciada por Maria Bárbara Delfino, 70 anos, com a vítima, Mariana Vitória, 86 aos, em que esta terá ofendido a arguida, utilizando entre outros o epíteto de “puta”.

Maria Bárbara dirigiu-se à colega, que estava deitada, agrediu-a a murro e depois com a bengala da vítima desferiu-lhe vários golpes por todo o copo, nomeadamente no cárneo, de que resultou uma fratura exposta, e que acabaram por lhe originar a morte.

A violência do ataque da arguida foi de tal ordem, que partiu a bengala, em quatro partes, tendo o sangue e a massa encefálica ficado espalhados pelas paredes, chão, móveis e na porta de acesso ao quarto.

A arguida sofre, e o mesmo acontecia à data dos factos, de psicose crónica, com sintomas de depressão com instintos homicida e suicida, tendo sido seguida no Serviço de Psiquiatria do Hospital de Beja, e anteriormente estado internada no Hospital Júlio de Matos. A mulher terá deixado de cumprir a medicação, que desencadeou a descompensação, e gerou um quadro agressivo.

Após o homicídio, Maria Bárbara Delfino, foi detida pela Polícia Judiciária e depois de presente a Tribunal, foi-lhe decretada a prisão preventiva, substituída por internamento preventivo no Serviço de Psiquiatria daquela unidade hospitalar bejense, mas o facto de não existir uma ala de segurança levou a administração a pedir à juíza que a mulher fosse retida do Hospital de Beja.

A arguida foi depois conduzida para o Estabelecimento Prisional de Odemira, destinado à população feminina, e posteriormente internada no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra-Pólo Hospital Sobral Cid, onde ainda está em internamento preventivo.

No despacho de acusação, o MP justifica a manutenção das medidas de coação, face à violência dos factos e ao estado de Maria Bárbara, já que “existe o receio que volte a praticar factos ilícitos”, da mesma natureza que levaram à morte de Mariana Vitória.

A primeira sessão do julgamento da arguida, cujo marido; António Fernandes, vive na aldeia de Grandaços, concelho de Ourique, está marcada para o próximo dia 13 de março, no Tribunal de Beja, perante um juízo Coletivo.

Segundo apurou o LN, na passada semana inspetores da Diretoria de Faro da PJ, estiveram no Lar da Santa Casa da Misericórdia, em Ourique, onde fizeram buscas e ouviram algumas pessoas, já que um familiar de Mariana Bárbara terá apresentado uma queixa, onde procura implicar e responsabilizar a instituição pela morte da utente.

Teixeira Correia

(jornalista)


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