Fazendo uso do tema da 40ª edição da Ovibeja, “Associativismo agrícola”, o presidente da ACOS-Agricultores do Sul, expressa aquela que é uma das importantes bandeiras dos últimos tempos dos agricultores que passam por um “maior investimento público e inclusão em programas de financiamentos futuros, como forma de atrair e mantar os mais jovens” na região.
Rui Garrido expressou ao Primeiro-ministro e ao Ministro da Agricultura a “necessidade de construção de mais reservatórios de água no Sul”, tendo como estratégia “a criação de pequenos regadios para apoio ao sequeiro, onde a pecuária extensiva tem a dua grande expressão”, tendo o presidente da ACOS recordado que a mesma ocupa 85% da superfície agrícola utilizada no Alentejo.
“Sem água não há vida, não há biodiversidade, não há produção de alimentos” e que a falta do precioso líquido “leva ao abandono dos campos, á cessação da atividade económica e à desertificação”, acrescentando que ´é necessária “mais água para a agricultura”, sustentando que a água de Alqueva não é ilimitada.
O presidente da ACOS defendeu que “a quota fixada para a agricultura a partir de Alqueva deve ser revista, uma vez que já é insuficiente para a área abrangida pelo empreendimento” e que deve passar pela captação de mais reservas de água e “renegociação com a EDP do volume de água”, concluiu.
Rui Garrido deixou duras críticas ao PEPAC e às negociações do anterior Governo, sustentando que “ainda mal tinha nascido e já se revelava inadequado à agricultura portuguesa”, apontando como erros “a redução das ajudas, a manutenção das exigências ambientais sem qualquer tipo de apoio”, rematando que “se continuam a importar carnes, frutas e legumes de outros países sem as mesmas exigências das instituídas na Comunidade Europeia”, disse.
O líder dos agricultores do Sul, não se furtou a apontar a necessidade de “encontrar uma solução” para a mão-de-obra com maior expressão da Ásia e África. “Há problemas a sanar, nomeadamente a precariedade dos contratos de trabalho, de habitabilidade, fiscalização entre outras. Estamos empenhados em resolver os problemas associados à imigração destes migrantes do nosso mercado de trabalho”, que segundo Rui Garrido “o setor está muito dependente deste tipo de trabalhadores”, resumiu.
A Ovibeja, com fortes impactos no setor agrícola e pecuário, decorre até domingo e estão previstas as visitas do Presidente da República, no domingo, e dos líderes do CDS-PP, PCP e PS, onde a ACOS para aproveitar para sensibilizar os diversos partidos com assento na Assembleia da República, para a necessidade de defender a agricultura portuguesa e em particular do Alentejo.
Teixeira Correia
(jornalista)