Serpa: Gestão do Hospital de São Paulo continua a gerar controvérsia.


PSD defende gestão na égide da Santa Casa da Misericórdia e acusa CDU e autarquia de serem “o grande problema”. Por seu turno a Câmara Municipal defende que a unidade “deve voltar a integrar o Serviço Nacional de Saúde”.

A Comissão Política Distrital de Beja do PSD emitiu um comunicado onde diz estar atenta às carências que o Hospital de São Paulo, onde defende que “a única opção é manter o hospital na esfera de gestão da Santa Casa e em complementaridade ao hospital de Beja e SUV de Moura. Nesta situação o apoio da Câmara Municipal de Serpa e do seu executivo é fundamental”.

NO documento os sociais-democratas deixam uma forte acusação sobre quem recaem as culpas da situação que se vive na unidade hospitalar: “a CDU que neste momento detém a gestão autárquica do concelho de Serpa tem-se largamente constituído como grande parte do problema em vez de contribuir para a solução deste tema”, recordando que por via da devolução “a ARS Alentejo já admitiu que o Hospital seria imediatamente encerrado pois o edifício é propriedade da Santa Casa da Misericórdia e não se cumprem os rácios populacionais para manter o hospital em funcionamento”, sustentam.

A Distrital do PSD aponta mais críticas aos comunistas e assegura que “a CDU mantém o clima de “guerrilha” institucional e os munícipes sem pleno conhecimento de causa são levados a acreditar que a melhor solução é retirar à Santa Casa da Misericórdia a gestão do seu hospital.

Posição da Câmara Municipal 

Reconhecendo e respeitando o esforço que a Santa Casa da Misericórdia tem vindo a realizar para manter este equipamento em funcionamento, a Câmara Municipal de Serpa “defende que o Hospital de São Paulo deve voltar a integrar o Serviço Nacional de Saúde”.

Recordando que a Saúde deve ser pública, universal, geral e gratuita e só assim poderá ser garantido o direito à saúde da nossa população, a autarquia sustenta que “é um direito constitucionalmente consagrado e que deverá ser assegurado pela Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo e pelo Ministério da Saúde, entidades que acordaram a transferência da gestão deste Hospital, através de um acordo de cooperação assinado em 2014, para a Santa Casa da Misericórdia”.

Defendendo que nessa altura “não foi acautelado o serviço público, as necessidades dos utentes e não ficaram garantidos os serviços de saúde básicos e necessários às populações”, a Câmara Municipal de Serpa garante que “vai continuar a empenhar-se na defesa dos direitos dos seus munícipes, nomeadamente pelo direito à Saúde”.

O certo é que a situação contínua num impasse e os únicos prejudicados são os cidadãos do concelho de Serpa que se vêm privados de dignas condições de acesso aos cuidados de saúde.

Teixeira Correia

(jornalista)


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