Serpa: Quando o futebol é mais do que um simples jogo.


O encontro da Taça de Portugal entre o F.C.Serpa e o G.D.Estoril-Praia foi mais do que um simples jogo de futebol, onde só conta o resultado. Foi dentro e fora das quatro linhas um “Hino à Amizade”.

Todos queriam ganhar. Os adeptos do Serpa para receberem um clube ainda maior da 1ª Liga, quem sabe se o F.C.Porto para lembrar e a fundação do clube como filial e vestir de azul e branco “à Dragão”. Os do Estoril-Praia para chegar à final da prova como dizia o cartaz na baliza sul: “Rumo ao Jamor”.

Mas houve quem sentisse este jogo como uma chamada à terra, fora da grande romaria dos emigrantes serpenses, a Páscoa e as Festas de Nossa Senhora da Guadalupe.

Vasco “Nay” Rodrigues, 38 anos, natural da “Cidade Branca”, é filho do antigo jogador “Nay” e há uma década que deixou Serpa para rumar à Suíça, onde é camionista. Ontem lá estava no Complexo Desportivo Manuel Baião a apoiar a sua equipa.

“Eu e mais dois amigos portugueses, de Coimbra e Lisboa, que vivemos em Zurich viemos no sábado de avião e na madrugada de hoje vamos de volta a casa. Quis vir participar neste dia de grande festa para a cidade e o clube. É a festa da taça, um grande convívio”, disse feliz.

“Hoje não podia ficar a ver este jogo através do ecrã que instamos no quintal e retransmitimos as imagens do facebook do Serpa”, revelou Vasco “Nay”.

Antes do jogo a direção do F.C.Serpa e a Câmara Municipal homenagearam os jogadores que há 40 anos defrontaram este mesmo Estoril-Praia, em Serpa.

Dentro dos muros e em redor do relvado, foi a festa entre adeptos verde e brancos e amarelos e azuis. Uma grande festa do futebol.

Depois do jogo, num casão da junta de freguesia, à volta de uma saborosa “granada”, juntaram-se jogadores do presente e do passado do clube serpense e mais uns convidados do emblema da cidade da margem esquerda do rio Guadiana.

Pelos restaurante na cidade ou em outras localidades, já no concelho de Beja e Porto Peles, freguesia de Neves, foi um exemplo, foi possível observar os adeptos do clube da Linha, a degustaram a gastronomia alentejana e a regressarem felizes a casa.

O resultado do jogo ? Foi o que menos contou, mas, quarenta anos depois o Estoril-Praia voltou a ganhar por 5-0.

O que mudou ? Essencialmente o campo e a festa.

O então Estádio Municipal recebeu o nome de Complexo Desportivo Manuel Baião, o piso passou de terra batida a relvado sintético e os velhos balneários atrás da baliza do topo norte, deram lugar a uns excelentes e modernos balneários. A festa foi grande, até meteu televisão (Canal 11) a transmitir o jogo e todos, jogadores e adeptos fizeram a verdadeira “Festa da Taça”.

Uma palavra final para a direção do F.C.Serpa, liderada por Francisco Picareta: “parabéns pelo magnífico trabalho que dignifica o clube, a cidade e o concelho”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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