Tancos: Porque morreu o Sargento Gonçalves na BA11 ? Ainda não há respostas.
Dois meses e meio depois, continua por explicar a morte de um paraquedista num exercício militar na Base aérea 11, em Beja.
A Comissão de Inspeção de Paraquedas do Regimento de Paraquedistas (CIPRP), composta por um oficial e dois sargentos, todos militares SOGA (Saltadores Operacionais de Grande Altitude), responsável pelo inquérito à morte do primeiro-sargento Manuel Gonçalves, ocorrida no passado dia 27 de setembro na Base Aérea (BA) 11, pediu uma segunda autópsia ao corpo do militar.
Segundo apurou o LN junto de um antigo militar paraquedista que segue de perto o desenrolar do processo, em causa está o facto da CIPRP “não perceber, ou querer perceber, porque razão o Gonçalves não abriu o paraquedas de reserva, ou porque é o dito paraquedas não abriu”, justificou.
Três dias após a morte do militar, conhecido como “Speedy Gonzalez”, a mesma fonte assegurou que “não foi erro humano, foi do material. O militar fez todos os procedimentos após o assalto”, tendo na altura acrescentado que era importante perceber se o acidente “foi por má dobragem do paraquedas ou outra causa, que levou a que o segundo (reserva) não tenha desenvolvido. Saíram os cordões, mas o saco não o deixou abrir”, justificou.
É por estes “estranhos” motivos que dois meses e meio depois do acidente que vitimou o primeiro-sargento Manuel Gonçalves, de 34 anos, ainda não foi concluído o inquérito para apurar as causas da sua morte.
A Major Elisabete Silva, Relações Públicas do Estado-Maior do Exército, quando confrontada pelo LN confirmou que o inquérito “ainda está a decorrer”, não revelando as causas da situação, acrescentou que se forem detetados procedimentos que possam ter ser a causa do acidente “serão implementadas medidas para correção da situação”, concluiu.
Recorde-se que o acidente que vitimou o paraquedista ocorreu durante o exercício internacional Real Thaw 2019 (RT19), que decorria na Base Aérea (BA) 11, em Beja, tornando-se na primeira queda mortal de um militar num exercício nacional ou internacional em Portugal.
Teixeira Correia
(jornalista)