Beja/ Serpa: Barragens em fim de vida dão origem a terras de cultivo.
Barragens da Misericórdia (Beja) e da Sardinha (Pias/ Serpa) em fim de vida, dão origem a 20 hectares de terras para cultivo de regadio. Secretário de Estado do Ambiente esteve presente nas operações de abertura de rasgo no corpo das barragens.
O Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território (MAOT) deu hoje início em Beja, na barragem da Misericórdia, ao processo de demolição de infraestruturas que atingiram o limite útil de vida, integrado na Estratégia Global de Reposição do Continuum Fluvial, que visará outras barragens a nível nacional
O MAOT já identificou oito barragens que vão ser alvo de destruição, tendo já sido criado no Conselho Nacional da Água (CNA), um grupo de trabalho que vai identificar nas mais de 6.000 barragens de Portugal, outro conjunto que possa merecer prioridade de intervenção e deixar de perturbar o escoamento da rede hidrográfica”, justificou Carlos Martins, secretário de Estado do Ambiente, que esteve presente em Beja e Pias (Serpa), nas operações de abertura de rasgos no corpo das barragens da Misericórdia e da Sardinha.
O secretário de Estado revelou que o estudo do grupo de trabalho do CNA “deverá ter concluído até ao final do primeiro trimestre de 2017”, identificando as infraestruturas a intervir com verbas, “dos proprietários ou fundos públicos”, segundo as iniciativas sejam “privadas ou públicas” concretizou.
O governante justificou que a estratégia de demolir as barragens “já esgotadas”, visa a “reposição de linhas de água” e das características dos “sistemas fluviais, dos habitats aquáticos e ribeirinhos”, concluiu.
Carlos Martins justificou a presença nestas duas ações com o fato das obras de duas infraestruturas serem “suportados pelos empresários” e que ao mesmo tempo “devolvem à capacidade agrícola”, vinte hectares de terra (dois em Beja e dezoito em Pias), que segundo o secretário de Estado, “mudam o paradigma e visão de uma importante atividade em Portugal e na região”, concluiu.
“A alteração da forma de rega só é possível face às infraestruturas de Alqueva”, que permitir passar para o regadio em pressão”, rematou.
André Casadinho, o proprietário da barragem da Misericórdia e terras limítrofes, localizadas na freguesia e concelho de Beja, revelou que “a intervenção custa 50 mil euros”, justificando esta vai permitir “rentabilizar dois hectares de terras de cultivo”, revelando que inicialmente vai “colocar um pivot de rega e plantar cereais”, e que posteriormente poderá reverter para colza, “uma cultura rentável”, concluiu.
Teixeira Correia
(jornalista)