(Retificado) Vidigueira: Homem com cadastro tenta matar ex-namorada.
Condenado a pena de prisão por violência doméstica, não aceitou o fim de um relacionamento com mulher de Vidigueira, disparou para a matar e depois ingeriu um produto químico. Está sob custódia da GNR no Hospital de Beja, para depois ser detido.
O final de uma relação amorosa entre Ana Leirão, de 51 anos e Paulo Duarte (na foto), de 54 anos, levou a que o indivíduo, já com cadastro por violência doméstica (ver caixa no final), tivesse tentado matar a mulher, que o tinha trocado por um novo companheiro.
O crime ocorreu na noite de ontem cerca das 00,20 horas, quando a mulher deixava o lar “Entardecer Solidário”, situado no Loteamento Poço da Figueira, em Vidigueira, onde trabalha na companhia da colega e amiga Célia Caetano, de 54 anos.
Conhecendo as rotinas da vítima, munido de uma caçadeira o homicida emboscou-se atrás de uma viatura e quando as mulheres estavam na via pública efetuou dois disparos a curta distância, atingindo Ana gravemente, que ficou crivada de chumbo da cintura para cima, incluindo no rosto e cabeça. Célia sofreu ferimentos ligeiros, sobretudo no braço esquerdo.
Após os disparos, o indivíduo abandonou as mulheres na via pública e fugiu no carro para sua casa em São Matias, concelho de Beja, localidade situada a cerca de 15 quilómetros, onde se barricou, ingerindo um produto químico, visando colocar fim à vida.
Os militares do posto da GNR de Vidigueira foram chamados para a ocorrência e depois de perceberem os contornos da situação, foi o caso comunicado ao comando do Destacamento Territorial de Beja, que depois acionou o Núcleo de Investigação Criminal.
O namoro entre Ana e Paulo não era do conhecimento público e só após diversas diligências junto de pessoas próximas da vítima, incluindo um antigo namorado, é que a GNR chegou ao paradeiro do suspeito, que entretanto se barricara num anexo ao lado onde habitava com a mãe.
Os militares da GNR procuraram chegar à fala com Paulo Duarte, que não respondia aos apelos, tendo cerca das 03,00 horas os militares da GNR entraram na habitação, não tendo o indivíduo oferecido resistência, acabando por ser detido e a arma apreendida.
Uma vizinha do homicida disse ao Lidador Notícias (LN) que “acordei com o barulho da batidas em portas e pessoas a chamar por outras, eram três da manhã. Com medo não me levantei. Só de manhã soube o que se passou”, justificou.
As duas mulheres e o homem foram conduzidos para o Hospital de Beja. Célia que sofreu ferimentos ligeiros teve alta, enquanto que Ana está internada na Unidade de Cuidados Intensivos em estado considerado como “muito grave. Está sedada. Não deverá deixar a UCI nos próximos dias”, justificaram.
Por seu turno, Paulo está internado no Serviço de Urgência, onde se encontra sob detenção de militares da GNR, e logo que tenha alta médica será presente a primeiro interrogatório judicial no Tribunal de Cuba.
Por se tratar de um crime que envolveu armas de fogo, o caso passou para a égide da Polícia Judiciária, tendo inspetores da Diretoria de Faro estado no local onde o mesmo ocorreu e em casa do suspeito a recolher indícios que incriminem o mesmo.
Na ocorrência em Vidigueira estiveram 13 operacionais dos Bombeiros de Vidigueira, VMER do Hospital de Beja e GNR, apoiados por 7 veículos e em São Matias, estiveram 18 operacionais, dos Bombeiros de Beja e da GNR, apoiados por 4 veículos.
Condenado por violência doméstica.
No dia 13 de setembro de 2017, Paulo Duarte foi condenado a uma pena de prisão de 2 anos e 6 meses, suspensa pelo mesmo período, por violência doméstica perpetrado contra a companheira de então. Como penas acessórias foram também decretadas a proibição de aproximação e contato da vítima e ainda a inibição de aquisição ou posse de armas de fogo.
O indivíduo foi detido na sua casa em São Matias (Beja), no dia 9 de janeiro de 2017 por militares do Núcleo de Investigação e Apoio a Vítimas Específicas (NIAVE) na sequência de uma queixa apresentada na GNR pela companheira, que na altura apreenderam duas armas de caça, com que o suspeito ameaçava a mulher.
Na altura, através das redes sociais, Paulo Duarte ameaçou um jornalista que publicou a notícia da sua detenção.
Teixeira Correia
(jornalista)
NOTA DA REDAÇÃO: Por “um erro de simpatia” foi trocado o nome do principal suspeito dos crimes, já devidamente corrigido. A todos os nossos leitores apresentamos as mais sinceras desculpas.