Beja: Milhares de pessoas rumaram ao aeroporto para ver o A380 aterrar e aparcar.


E Beja ficou deserta. Milhares de pessoas concentraram-se junto à vedação em redor da placa de estacionamento do Aeroporto para ver o maior avião do mundo.

Eram 16,58 horas que o Airbus A380 se fez a pista da Base Aérea (BA)11, onde aterrou pela primeira vez em Portugal, depois de um primeiro voo rasante sobre a infraestrutura aeroportuária alentejana.

Para se perceber a importância do momento, que muitos descreveram como “o novo começo e um futuro feliz para o aeroporto, para Beja e para a região”, finda a romaria formou-se um longo e demorada fila de automóveis ao longo 8 quilómetros ligam, o aeroporto e a cidade.

Desde as 14,00 horas que muitas pessoas rumaram á aerogare na espectativa de puderem aceder à placa, mas tal não foi permitido, a não aos muitos órgãos de comunicação social, que estiveram presentes. Quando o A380, tripulado pelo português, comandante Carlos Mirpuri, chegou à placa de estacionamento, dois veículos dos bombeiros da BA 11 batizaram o avião com jatos de água.

A Hi Fly estava em peso em Beja e a miúdos e grados foram distribuídas bandeiras com a frase “Beja dá as boas vindas ao A380”. Ninguém queria perder este momento tido como “histórico e preponderante para o aeroporto de Beja. Existe um lobby económico e financeira contra o aeroporto de Beja e em prol do Montijo. Este não é um voo banal. Agora precisamos das ligações rodoviárias e ferroviárias, para podermos ter condições para que seja uma infraestrutura rentável”, disse Florival Baioa, do Movimento Beja Merece+.

Túlio Ramos, um cidadão residente em Beja e uma das muitas pessoas que foi ao aeroporto justifica a sua presença como “um apoio à sustentabilidade do mesmo. A chegada do A380 poderá ser o princípio de uma visão política dos nossos governantes para a utilização desta infraestrutura”, acrescentando que “não ver a realidade, é gastar dinheiro de forma desnecessária e criar prejuízo para o país ao investir no Montijo”, rematou.

Luís Salgueiro, da Associação Portuguesa de Spoters, piloto de aeromodelismo e juiz da federação da modalidade, deslocou-se de Lisboa a Beja, para fotografar o A380. “Já estive em muitos aeroportos e cidades, e fotografei este avião, mas este é um momento único a aterragem em Portugal. Não podia perder”, justificou.

O Airbus A380, adquirido pela Hi Fly à Sigapure Airlines, vai ficar em Beja até ao final da próxima semana, com o dia hoje (terça-feira) a ser dedicado a visitas institucionais de entidades locais e nacionais, que pela primeira vez tomarão contato com a aeronave.

Curiosamente ou talvez não, tal como há seis anos aquando no voo inaugural que ligou Beja a Cabo Verde, também ontem (segunda-feira) um avião C130 da Força Aérea Portuguesa, sedeado na Base do Montijo, andou fazendo descolagens e aterragens, como que a anunciar “aqui mandamos nós militares”.

Carlos Bagogo, Diretor Financeiro da Hi Fly

“Este é um dia histórico para a aviação nacional com a chega do maior avião do mundo a Portugal. O primeiro voo vai sair de Beja para um dos maiores aeroportos da Europa, onde fará o primeiro voo comercial, cujo destino foi contratado 24 horas após a certificação para operar, mas não pudemos ainda divulgar a rota. Temos bases em Beja, Lisboa e Brisbane (Austrália), mas aqui temos todas as condições para trabalhar o avião. É uma aposta significativa, mas necessária e de futuro”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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