Depois de dois adiamentos, começa finalmente hoje no Tribunal de Beja o julgamento de cinco indivíduos, quatro portugueses e um brasileiro, com idades compreendidas entre os 23 e os 24 anos, que integravam o chamado “Gangue dos Hipers”.
Os arguidos, três presos, um com obrigação de permanência na habitação (OPH) e um quinto fugido à justiça, vão ser julgados pela prática de cinco crimes qualificados, quatro de furto e um de falsificação de documentos, factos praticados entre 11 de janeiro e 11 de fevereiro de 2023, em superfícies comercias de Évora e Beja.
Residentes no concelho de Lisboa, os indivíduos atuavam em grupo dentro dos hipermercados, de onde furtaram bebidas alcoólicas, produtos alimentares e telemóveis no valor de 10.537,57 euros, tendo sido detidos por agentes da PSP de Beja, no último de dois furtos efetuados, quando ainda estavam no interior da loja do Modelo, no Ratail Parque da cidade.
O grupo entravas nos hipermercados furtavam os desactivadores de alarmes dos produtos, e “neutralizavam” os códigos de barras como se estivessem pagos. Ato continuo três dos suspeitos simulavam uma discussão entre eles, atraindo as atenções dos seguranças, enquanto que os dois deixavam o local com os produtos, que transportavam para uma viatura estacionada no local.
O “Gangue dos Hipers” foi traído pelo furto feito na manhã do dia 11 de fevereiro do ano passado, na loja da Worten, no Continente localizado no outro extremo da cidade, junto ao IP2, de onde levaram diverso material eletrónico e telemóveis. Visionadas as imagens das câmaras de filmar, os agentes da Esquadra de Investigação Criminal (EIC) pediram informações a outros comandos distritais e perceberam que estavam em presença de um grupo muito perigoso e organizado.
Após a entrada no estabelecimento do Retail Parque, os agentes “à paisana” aguardaram que estes estivessem prontos para sair do espaço para fazerem as detenções.
Os cinco homens, alguns deles já condenados a penas efetivas de prisão, têm pendentes processos em curso em Tomar, Montemor-o-Novo, Cascais e Vila Franca de Xira, sendo ainda suspeitos de mais de três dezenas de furtos praticados desde janeiro de 2022, na zona da Grande Lisboa e no Algarve.
Teixeira Correia
(jornalista)