(Exclusivo) GNR: Escalas fraudulentas de serviço geram confronto entre militar e comandante do posto de Serpa.


A insatisfação com a forma como as escalas diárias e as trocas de serviço eram feitas no Posto Territorial de Serpa da Guarda Nacional Republicana (GNR), levou um militar a confrontar e a “descarregar” a sua indignação sobre o comandante daquela subunidade.

O visado seria o responsável pela efetivação das escalas, mas a discussão acabou por envolver um sargento, o principal graduado do posto.

A situação foi presenciada por outros militares, tendo o sargento participado do comportamento do guarda ao Comando Territorial de Beja (CTBeja), o que levou a que o militar contestatário fosse transferido para o posto de Moura e a ser alvo de um processo disciplinar.

O JN confrontou o Gabinete de Relações Públicas (GRP) da GNR sobre a situação ocorrida no Posto de Serpa, tendo sido confirmado que “no dia 13 de janeiro, existiu uma altercação entre militares, do qual resultou a instrução de um processo disciplinar, ainda a correr, e a transferência preventiva de um dos militares intervenientes”, justificaram.

Fonte da guarda conhecedora do processo revelou que em causa “estão escalas fraudulentas para beneficiar uns e prejudicar outros, existindo muitos militares com outras profissões durante o dia”, concretizou.

Quando questionado sobre se o Comando Geral ou CTBeja iriam abrir algum processo de averiguações sobre a existência de esquema de escalas fraudulentas no Posto de Serpa, o GRP não prestou quaisquer esclarecimentos. Sobre se tinham conhecimento ou dado autorização para os militares exercerem outras atividades remuneradas fora da instituição, a Guarda limitou-se a dizer que “é admissível a acumulação de funções públicas ou acumulação com atividades privadas, desde que não sejam legalmente incompatíveis com as funções públicas”, concluíram.

Outro caso envolvendo o Posto de Serpa

No passado dia 26 ficou a saber-se que o Tribunal da Relação de Lisboa tinha ilibado quatro militares da GNR acusados de dormirem durante a patrulha. O Ministério Público queria todos condenados. Os quatro militares, pertencentes ao Posto de Serpa, foram denunciados por um colega que os apanhou a dormir dentro dos carros, durante uma patrulha que visava impedir o furto de cortiça, na fronteira com Espanha.

Teixeira Correia

(jornalista)


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