Lisboa: Procuradoria-Geral Distrital revela que Hugo Machado é suspeito do crime de associação criminosa.


Em comunicado a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, revela que o advogado bejense, Hugo Machado, é suspeito de crimes de associação criminosa e de tráfico de pessoas foi detido e ficou em prisão preventiva.

beja-hugo-machado_800x800Hugo Machado, advogado com escritório em Beja, detido na tarde da passada quinta-feira, por inspetores da Unidade Nacional de Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ), por eventual tráfico de pessoas viu ser-lhe aplicada a medida de prisão preventiva.

O causídico, com cerca de 42 anos, foi ouvido na sexta-feira, durante cerca de seis horas no Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa, sendo depois conduzido para as instalações vizinhas do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), sendo posteriormente transferido para o Estabelecimento Prisional da Polícia Judiciária, onde vai aguardar julgamento.

Um advogado comentou a detenção ao JN, justificando que “é estranho e será algo de muito grave. Deverá existir muita prova para além do material apreendido nas buscas”, justificando a decisão do juiz do TIC sobre a prisão preventiva, que “considerou verificarem-se os pressupostos”, perigo de fuga, perturbação do inquérito e continuação da atividade criminosa, por se tratar de um crime punido com uma pena de 3 a 8 anos de prisão.

Segundo a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL), existem fortes indícios que o homem, juntamente com 19 outros arguidos (detidos em novembro de 2015 e maio de 2016 e todos em prisão preventiva), pertencia a um grupo organizado, o qual, pelo menos desde setembro de 2014, se dedicava a aliciar, transportar, alojar e, posteriormente, entregar pessoas de nacionalidade romena e búlgara em território nacional para fins de exploração sexual e exploração do trabalho, com fins lucrativos.

“Os arguidos recrutaram vários cidadãos de nacionalidade romena, aliciando-os com condições de trabalho e salários que não eram cumpridos, e providenciaram pelo seu transporte para Portugal, onde lhes arranjavam alojamento, nomeadamente nas localidades de Vila Nova de Mil Fontes, Ameal, Usseira, Olho Marinho, São Teotónio, Cabeça Gorda e Serpa”, diz a PGDL.

Uma vez em Portugal, os arguidos controlavam os trabalhadores e obrigavam as mulheres a prostituir-se, obrigando-os a trabalharem e viverem em condições degradantes e desumanas, sob ameaças físicas e psicológicas.

De acordo com a investigação, o advogado, valendo-se da sua profissão e dos seus conhecimentos legais, contabilísticos e empresariais, orientou os demais arguidos, no sentido de lhes permitir adquirir uma aparência empresarial legal, e desenvolveu toda a atividade relacionada com a contratação, Segurança Social e movimentação das contas bancárias, onde eram depositados os montantes relacionados com a atividade criminosa desenvolvida pelo grupo.

O inquérito prossegue sob a direção do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Sintra, em articulação com a Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) e a intervenção do Gabinete de Recuperação de Ativos e da Unidade de Perícia Financeira da PJ.

 Artigos relacionados:

(Exclusivo) Beja: Advogado detido por inspetores da PJ. Em causa o eventual tráfico de pessoas.

Beja: Advogado em prisão preventiva. Indiciado do crime de tráfico de pessoas.


Share This Post On
468x60.jpg