Foi há 20 anos, 8 de fevereiro de 2002, que as comportas da barragem de Alqueva fecharam.
Deu-se início ao enchimento daquele que é o maior lago artificial da Europa, num projeto coordenado pela Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas de Alqueva (EDIA).
Apesar da seca que se abate sob Portugal, o regadio de cerca de 120 mil hectares e o abastecimento às populações, não se coloca em causa nem se discute a importância de um investimento que rondou os 2,5 mil milhões de euros e mudou a face do Alentejo.
Outra importante faceta do empreendimento é a capacidade de regularização do rio Guadiana, permitindo ultrapassar os longos períodos de seca, com a libertação de água para manter o caudal do “Grande Rio do Sul”.
Devido à seca, no passado dia 1 de fevereiro o Governo anunciou a suspensão de produção de eletricidade em cinco barragens da EDP, três a Norte e duas no Zêzere. Em Alqueva tal não se passa, uma vez que a água desviada para a central hidroelétrica, para produção de energia, volta a ser reintroduzida na albufeira. Na última vez que a barragem encheu na plenitude, no início de 2014, a EDIA não fez descargas, optou por produzir energia e fazer circular internamente a água.
Com uma superfície de 250 km2 e mais de 1.100 kms de margens, em janeiro de 2010 a albufeira encheu pela primeira à cota máxima de 152 metros e um volume de armazenamento de 4.150 milhões de metros cúbicos.
Em ter os agrícolas a EDIA revelou que a reserva estratégica de água “permitiu a adesão de mais de 95% dos agricultores às novas culturas e técnicas de regadio”, acrescentando que cerca de 120 mil hectares “recebem água de Alqueva e que as centrais hidroelétricas produzem cerca de 45 de toda a energia hídrica em Portugal”.
Empresário agrícola há quase 40 anos, Fernando Palma justifica que “a face do Alentejo mudou e já interesses internos que não deixa que se desenvolva mais”, sustentando que em Portugal “não há nada que dê mais rendimento por hectare do que o olival”, concluiu.
Segundo a EDIA, “Alqueva garante o reforço de abastecimento público a mais de 200 mil habitantes da região, números que poderão crescer com a futura ligação à albufeira do Monte da Rocha (Ourique), justificaram.
Últimos dados de Alqueva
De acordo com os dados disponibilizados pela EDIA, na sua página na internet, no passado domingo, dia 6 de fevereiro, a albufeira armazenava 3260,81 hm3 (1 hm3 equivale a 1 000 000 000 litros) e estava à cota de 148,24 metros com 78,57% da sua capacidade máxima.
Teixeira Correia
(jornalista)