A Polícia Judiciária (PJ) deteve na manhã desta quinta-feira, em Póvoa de São Miguel, concelho de Moura, Sancho Cardas, de 67 anos, o suspeito do homicídio do próprio filho, António Cardas, de 44 anos, ocorrido na manhã de terça-feira num acampamento, em Amareleja.
Na origem do crime esteve uma discussão familiar, entre elementos de etnia cigana, segundo um Em comunicado, a PJ esclarece que “a agressão surge num contexto de uma discussão, motivada por negócios de gado, entre familiares, pai e dois filhos”, contrariando as informações que apontavam para um cenário envolvendo o casamento de uma menor.
Após o crime, o homicida fugiu de carro com a arma do crime, na companhia de um irmão, tio da vítima, tendo de imediato a GNR começado uma caça ao homem, que numa fase inicial demandou a fronteira de Espanha. Na noite de ontem o homicida terá regressado a Portugal, e refugiou-se na aldeia de Póvoa de São Miguel, onde tem laços familiares, localidade que dista a pouco mais de 10 quilómetros da povoação onde ocorreu o tiroteio, tendo à PJ detido o homem às 08,00 horas de hoje.
António, de acordo com o comunicado da PJ, “foi alvo de um disparo de arma de fogo, caçadeira no abdómen, provocando lesões que ditaram a sua morte”. Pouco passava das 11,00 horas, um irmão meteu-o num carro dirigiu-se para o posto da GNR de Amareleja a pedir auxílio, mas a vítima viria a morrer no interior do veículo. Uma viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital de Beja, e uma ambulância do INEM dos Bombeiros de Moura deslocaram-se ao local, mas nada havia a fazer para salvar o homem. O óbito foi confirmado no local pelo médico da VMER.
Na origem do crime esteve uma discussão familiar, entre elementos de etnia cigana, por causa do casamento, ligado a acordos familiares, de uma adolescente de 14 anos, a que António se opunha.
Sancho Cardas, foi conduzido para a Diretoria de Faro da PJ onde vai ser interrogado, devendo ser presente nas próximas 48 horas no Tribunal de Moura, perante um Juiz de Instrução Criminal para primeiro interrogatório, a fim de serem aplicadas as medidas de coação.
Quanto a António Cardas, foi autopsiado ontem no Gabinete Médico-Legal de Beja, tendo o funeral ocorrido no Cemitério de Moura.
Teixeira Correia
(jornalista)