Em Barrancos, “a tradição volta a ser o que era” e na noite de Natal regressam à Praça da República, a fogueira, o catalão e as zambombas e com elas aquecem-se o Menino Jesus e o coração dos barranquenhos.
Depois do cancelamento do ano passado e dos tempos atípicos que ainda se vivem, a lenha que começa a juntar-se a partir do dia 8, depois da procissão, somente começou a aparecer na tarde da passada quarta-feira.
Com o tradicional lume, a comunidade barranquenha poderá regressar à peça, e apesar de somente registar um caso ativo de covid-19 no concelho, o Município tomou algumas precauções e uma delas passa pela testagem massiva de toda a população, tendo rubricado um protocolo com a Farmácia local.
“Vamos respeitar as normas da GDS. Sem ajuntamentos, sem álcool na via pública. Vamos em famílias, vemos o lume ouvimos as zambombas e regressamos às nossas casas” disse ao Lidador Notícias (LN), Leonel Rodrigues, o recém-eleito presidente da Câmara de Barrancos.
O Natal de Barrancos é uma festa única, só interrompida o ano passado. Por volta das 18,00 horas do dia 24 acende-se o lume que dura até ao final da noite do Dia de Natal. A maioria dos habitantes do concelho, todos residem na vila, juntam-se à volta da fogueira, cantam temas natalícios, no dialeto barranquenho, acompanhadas pelos sons das zambombas.
O povo de Barrancos este ano tem mais um grande motivo de festa, que tem a ver com o reconhecimento e proteção do barranquenho como dialeto de interesse cultural.
Teixeira Correia
(jornalista)
