BEJA: Aeroporto construído por critérios políticos e não financeiros.


Fez ontem quatro anos, 13 de abril, que o aeroporto de Beja começou a operar, é segundo a ANA- Aeroportos de Portugal, “um investimento estruturante que deve ser entendido como um ´sunk cost` (custo irrecuperável)”, que assentou em “critério políticos e não económicos”.

BEJA- Aeroporto_800x800A decisão de construir o aeroporto foi tomada “num contexto em que estavam programados ambiciosos planos de investimento turístico e imobiliário, que seriam susceptíveis de gerar tráfego de passageiros” em Beja, disse fonte oficial da ANA – Aeroportos de Portugal, que gere a infra-estrutura.

“Tem estado praticamente vazio e sem voos e passageiros na esmagadora maioria dos dias”, justificando a fonte, que as operações de transporte de passageiros, “susceptíveis de concretização, deverão estar associadas a projectos específicos acordados entre operadores turísticos e unidades hoteleiras da região”, como tem sucedido até agora.

Quando questionada sobre o balanço que faz dos quatro anos do aeroporto de Beja, a referida fonte da ANA alegou que a decisão de construir a infra-estrutura, “um investimento estruturante que deve ser entendido como um ´sunk cost` (custo irrecuperável), assentou em critérios políticos e não financeiros” e, por isso, não é “adequado”, “em momento algum”, fazer um “balanço em termos operacionais ou económicos”.

A actividade do aeroporto “limitou-se a algumas operações charter e, essencialmente, a operações de aviação executiva”, indicou a fonte.

Na área da indústria aeronáutica, “há já um memorando de entendimento com um investidor” e está “em curso a emissão de licença para o efeito”, adiantou.

Sobre a viabilidade do aeroporto de Beja, a fonte oficial da ANA afirmou: “Dos dez aeroportos da rede da ANA, apenas três remuneram adequadamente o capital investido. Porquê colocar a questão em relação a Beja?”. A ANA vai continuar “a promover” o aeroporto de Beja “em todas as vertentes, não sendo, de momento, necessários novos investimentos, que só surgirão quando estiver esgotada a capacidade actual”, justificou.

 Teixeira Correia

(jornalista)


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