Beja: Airbus A310 com “bandeira” da SATA é um “mono” no Terminal Civil.


“Um mono sem motores” é como se pode classificar o Airbus A310 que estacionado desde março de 2018 no Terminal Civil de Beja, cujo destino era o desmantelamento. Uma empresa do sector do turismo pretende adquirir a aeronave.

Um avião Airbus A310, que pertencia à SATA Air Açores está estacionado há 2 anos na placa do Terminal Civil Aeronáutico de Beja (TCB) e pode tornar-se num caso igual ao Boeing 707 da “Republique do Zaire”, que esteve mais de 15 anos no Aeroporto de Lisboa. Segundo apurou o Lidador Notícias (LN), no final do mês de março, a dívida acumulada à ANA rondará os 320.000 euros.

A aeronave CS-TRY Terceira, aterrou nas pistas da Base Área (BA) 11 em março de 2018 e estacionou na placa do TCB, de onde nunca mais levantou voo já que o objetivo era ser desmantelado. A operação ficaria a cargo da Aeroneo, empresa que esteve para se instalar na base aérea, mas que acabou por não o fazer. A ideia era ocupar a “Fábrica”, como é conhecida localmente, que nos anos 60 esteve para ser uma fábrica de aviões da força aérea alemã.

Sabe o LN que a aeronave já não pertence à SATA, tendo sido adquirida por uma empresa que lhe retirou o “coração”, ou seja os dois reatores e “abandonou” a carcaça na placa do TCB. Em abril de 2019, o A310 chegou a ser mudado para as placas da BA11, mas, voltou ao Terminal, onde ainda se encontra.

O Lidador Notícias, questionou José Natário, diretor da ANA, responsável pelo TCB, sobre a situação da aeronave, nomeadamente proprietário, custos de estacionamento por liquidar e se a empresa ponderava tomar a posse administrativa do aparelho, mas, o silêncio foi a resposta às questões colocadas.

Apurou o LN que uma empresa ligada ao sector do turismo pretende adquirir a aeronave para a transformar em alojamentos, mas o custo do parqueamento em dívida à ANA pode ser um entrave à sua aquisição.

Recorde-se que o Boeing 707, usado pelo então presidente do Zaire, Mobutu Sese Seko, esteve mais de 15 anos estacionado no aeroporto de Lisboa e foi alvo de tentativa de venda judicial, por parte das Finanças de Lisboa. A falta de interessados, levou a uma venda por negociação particular, que falhou. O valor mínimo fixado foi de 35 mil euros, sendo que as dívidas à ANA, ascendiam a mais de 850 mil euros, acabando a aeronave por ir para a sucata.

Teixeira Correia

(jornalista


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