Beja: Associação de Defesa do Património recupera e inaugura forno comunitário.
Mais de três décadas depois de ruína e abandono, foi hoje inaugurado pela Associação de Defesa do Património do Beja (AdpBeja), o antigo forno comunitário da Tia Bia Gadelha, que volta a poder cozer o pão, as cabeças e as pernas de borrego e os lombinhos de porco.
No Centro Histórico de Beja, numa das ruas que desemboca no Largo do Lidador, onde se erguem o Castelo e a Sé Catedral, localiza-se aquele que era o único forno comunitário da cidade. As pessoas amassavam o pão em casa e depois a Ti Bia Gadelha cozia, cobrando uma dízima, em géneros.
Agora, o velho forno foi recuperado graças a perseverança da AdpBeja, e as colaborações da Câmara, que capitalizou o acompanhamento técnico da obra, executado por trabalhadores da União de Freguesias de Santiago Maior e S.João Batista.
No início do ano, um espetáculo solidário, onde marcaram presença, António Zambujo, Virgem Suta, Jorge Serafim e Bruno Ferreira, entre outros, foi possível angariar importantes verbas para a obra.
Todo este processo só foi possível, porque os irmãos Vera e Pedro Torres, ambos médicos em Lisboa, doaram o forno e uma casa contígua à Associação de Defesa do Património do Beja. O grande dinamizador do projeto foi Florival Baiôa, 67 anos, historiador e presidente da AdpBeja, que recordou que “pode voltar a cheirar a lenha de esteva a arder no forno e recuperar o sabor do pão cozido e a carne assada à moda antiga” rematou.
O historiador justificou que “se inaugura uma nona fase patrimonial no restauro em Portugal, onde se recuperam os Castelos e as Igrejas dos grandes heróis”, acrescentando que em Beja promoveu-se o restauro do “património dos heróis do povo, do quotidiano popular”, concluiu.
Florival Baiôa, fez saber que “existe uma pessoa interessada em explorar o espaço, pagando uma renda simbólica à associação, porque forma a que a população também possa desfrutar do forno a baixos preços”, rematou.
Teixeira Correia
(jornalista)
