(Atualização) Beja: Ex-funcionário de Junta de Freguesia de Évora está em greve de fome junto ao TAF.
Ex-funcionário da Junta de Freguesia Senhora da Saúde, em Évora, atingido com dois tiros de pressão de ar, está greve de fome desde a manhã de hoje junto ao Tribunal Administrativo e Fiscal (TAFBeja) de Beja.
ATUALIZAÇÃO: Sérgio Silva, 38 anos, pai de um menino de 4 anos, está desde a manhã de hoje acampando e em greve de fome, junto ao TAFBeja, para chamar a atenção e ver desbloqueado um processo que o opõe à Junta de Freguesia Senhora da Saúde, em Évora. Sérgio contestou o despedimento, por ser ilegal e o Tribunal de Trabalho de Évora deu-lhe razão, mas a Junta de Freguesia recorreu para o Tribunal da Relação de Évora este mostrou-se “incompetente para julgar o processo”, remetendo o mesmo para o TAFBeja, onde aguarda para ser tomada uma decisão. Ao Lidador Notícias, Sérgio confessou estar ali “pelo meu filho e a mulher”, justificando que “precisa que o processo seja resolvido e poder trabalhar”.
Notícia inicial
Numa nota enviada à redação do Lidador Notícias Sérgio Silva explica as razões que o levam ao protesto junto ao TAFBeja, para onde o processo judicial foi enviado: “Em Junho de que 2013 sou chamado para uma cirurgia a uma hérnia de que estava a espera a mais de um ano. O sr. Presidente da Junta “pede-me” que adie a operação pois é ano de eleições e necessitava de mim para as pinturas da junta,pois era o único com conhecimentos nessa profissão. Mas eu achei que não devia adiar e fui contra a “vontade” do Sr. Presidente. Após a operação estive cerca de um mês em recuperação. Quando quis voltar e entreguei a alta para trabalhar passada pelo médico que me operou, não aceitaram, disseram-me tinha de arranjar outra alta que aquela não servia”.
O assunto meteu também “ao barulho” o IEFP, por causa de desemprego, mas a situação viria a seguir para os tribunais: “Recorri ao Tribunal de Trabalho de Évora, onde ganhei a causa, mas a junta recorreu ao Tribunal da Relação de Évora. Este demorou 8 meses para proferir uma decisão, que não era o tribunal competente para julgar tais casos. Tudo foi remetido para o Tribunal de Beja , e estou desde de Dezembro a espera de uma decisão”.
Sérgio Silva diz que tomou a decisão da greve de fome, porque não tem dinheiro para uma bolacha ao filho:
“Por isso resolvi ficar este mês de Julho, antes das férias judiciais, pois em frente ao tribunal em greve de fome, pois em casa já passamos muitas dificuldades e até fome… É triste quando um filho nos pede uma bolacha e não temos para lhe dar, como me sinto eu como pai responsável pelo seu bem estar. Falta quase tudo, porque temos de pagar as contas, não sobra muito para a alimentação. E nem sempre conseguimos pagar todas as despesas. Temos algumas contas em atraso”.
Teixeira Correia
(jornalista)