Beja: Homem burlado em 2070 euros com falso apelo no facebook.


“Mãe” pediu ajuda para matar a fome à filha, era um vigarista, residente em Ponta Delgada (Açores) que o enganou via MBWay.

Fazendo-se passar por uma mulher, com uma filha pequena e sem dinheiro para a alimentar, através do messenger da rede social facebook, “pediu ajuda para comprar comida” traduzida no envio de 10 euros. Um bom samaritano “ajudou” e ficou sem 2.070 euros que tinha na conta.

Bondoso, “Carlos” (nome fictício), 66 anos, reformado, acreditou na história e transferiu o dinheiro via multibanco, pela aplicação MB Way, através do número do seu telemóvel para a conta da “mulher” associada ao seu número de telemóvel.

Na posse dos dados da vítima, rapidamente o arguido acedeu à sua conta bancária e, em cinco movimentos sacou 2.070 euros, deixando contabilisticamente a mesma a zero. Para não levantar suspeitas, foram feitas duas transferências de 750 euros cada e três de valores inferiores, 500, 50 e 20 euros. Só alguns dias depois quando foi ao multibanco consultar a conta é que a vítima se apercebeu que tinha sido ludibriado.

De acordo com o despacho de acusação do Ministério Público (MP) de Beja a que o JN teve acesso, o caso ocorreu no dia 2 de novembro de 2018, quando Bruno Pereira, então com 25 anos, residente em Ponta Delgada (Açores), contatou “Carlos”, residente em Beja e contou uma história tão comovente que levou este ao engano. “Não foi mais dinheiro porque era a conta ordenado que utilizava antes da reforma”, revelou a vítima ao Lidador Notícias (LN).

O ofendido apresentou queixa na PSP, tendo o processo transitado para a PJ de Faro, que ficou encarregue da investigação. Quatro ou cinco meses depois foi chamado ao MP de Beja para prestar declarações. No passado dia 11 de janeiro recebeu a notificação da marcação do julgamento. “Já me lembrava do assunto. Só a carta do tribunal é que me fez recordar aquela asneira” contou incrédulo.

Bruno Pereira está acusado dos crimes de burla informática e acesso ilegítimo e como cada um dos delitos tem pena máxima de três anos de prisão, o MP é da opinião que não é previsível que a condenação seja superior a cinco anos, pelo que o arguido será julgado com o recurso a um tribunal singular no Juízo Criminal de Beja.

Teixeira Correia

(jornalista)


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