Beja: Militares da BA 11 limpam bairro residencial onde habitam.


Mais de meia centena de militares, homens e mulheres, vestindo uniforme ou trajando à civil estão envolvidos desde a 08,00 horas deste sábado, numa ação de limpeza e jardinagem do Bairro Residencial da Base Aérea 11 (BA11).

. Não foi pedida qualquer tipo de colaboração à Câmara Municipal de Beja ou União de Freguesias de Santiago Maior e São João Baptista.

A ação foi decidida na passada quinta-feira pelo comando da unidade, tendo um morador/militar revelado ao Lidador Notícias (NL) que “fomos convocados por mail, onde também era pedido que em caso de impossibilidade de comparecer justificássemos a razão”, disse.

O Bairro da BA11 está a ser alvo de uma intervenção ao nível de pintura de edifícios e alcatroamento das ruas, mas a indisponibilidade ou a falta de pessoal de jardinagem tem levado a que o não apresenta muitas ervas e arbustos e troncos espalhados em alguns espaços. O edifício mais icónico do bairro é a “Torre”, com 10 andares e 60 apartamentos, é aquele que apresenta um avançado estado de degradação, já que alguns dos espaços no topo do prédio servem de dormitório aos pombos.

A realização, a partir da próxima segunda-feira, de mais um importante exercício na BA11, o ETAP-T 2022, que conta com a presença de militares de França, Alemanha, Itália, República Checa, Roménia, Reino Indo e Espanha, além da Força Aérea (FAP) e Exército Português, terão levado o comando da unidade a promover a limpeza do bairro.

Câmara e União de Freguesias fazem intervenções esporádicas do bairro, cuja gestão está sob a administração direta do Comando da unidade, que tem como comandante desde o passado dia 25 de outubro de 2021 pelo Coronel Carlos Lourenço, através do Grupo de Apoio. Segundo a autarquia, “há um protocolo para a recolha do lixo no bairro”, justificaram.

Ao Gabinete de Relações Públicas da Força Aérea foram colocadas questões sobre a ação e se as mesmas são do conhecimento do Comando da FAP, cujas respostas aguardamos.

O Bairro Residencial

O Bairro Residencial foi construído há quase 60 anos com a chegada das unidades de instrução da Força Aérea Alemã (Deutsche Luftwaffe) e tem um total de 330 habitações. Trata-se de uma zona residencial composta de arruamentos, parques de estacionamento, zona verdes e diversas instalações de apoio social. A partir de 1993 e com a saída dos alemães de Beja, o bairro passou para a posse da Força Aérea.

Empresário pretendia recuperar a “Torre”

Filipe Cameirinha, empresário do sector da hotelaria, agricultura e vinho, pretendia recuperar o edifício para criar apartamentos para arrendamento de curta duração, onde iria investir mais de 1,8 milhões de euros.

As negociações com a Força Aérea começaram no início de 2018, o empresário reuniu, pelo menos três vezes, com os militares, fez uma proposta, chegou a visitar as instalações com o então comandante da unidade, mas se ao princípio as respostas foram inexistentes, depois o negócio deixou de ser viável “porque poderão precisar das instalações, face às alterações motivadas pela possível construção do novo aeroporto de Lisboa, na Base do Montijo”, justificou em junho de 2019, Filipe Cameirinha.

Teixeira Correia

(jornalista)


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