Beja: Politécnico passa de “Alerta Vermelho” a “Zona de Catástrofe”.


No início do passado mês de dezembro, os oito diretores e subdiretores das quatro escolas superiores do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja), os mesmos vieram agora a púbico esclarecer a Comunidade Académica da instituição. Presidente o pomo da discórdia.

A 7 de dezembro o Lidador Notícias revelava a demissão dos oito elementos que integravam as direções das quatro escolas superiores do IPBeja, pedido conjunto apresentado, dois dias antes, à presidente da instituição, Maria de Fátima Carvalho, “por discordância com as suas decisões”.

Na altura, Aldo Passarinho, Pró-presidente para a Imagem e Comunicação, confirmou que “há fricções que estão em apreciação sem decisão em concreta”, acrescentando que é um caso de “insatisfação e coisas que têm que ser dirimidas”, justificando que no caso dos diretores e subdiretores das escolas “não se podem demitir, porque são nomeados. Podem, pedir para sair e serão exonerados”, rematou.

Mas a passagem de “Alerta Vermelho” a “Zona de Catástrofe” no interior do Politécnico aconteceu depois de terem sido publicadas no “Diário do Alentejo” no passado dia 13, declarações de Maria de Fátima Carvalho, tidas como “indisfarçáveis ataques” que os demissionários consideram que lhes foram dirigidos na mensagem de Ano Novo dirigida à Comunidade Académica pela presidente.

Em documento emitido pelos oito demissionários consideram que “são a todos os títulos ofensivas da nossa honra e do nosso bom nome, o mesmo se podendo dizer das acusações de desespero e da afirmação de inverdades”.

Os signatários (ESAgrária: Diretor- Manuel Joaquim Marques Patanita e Subdiretora: Patrícia Alexandra Dias Brito Palma, ESEducação: Diretor- Maria João Pinheiro da Silva e Subdiretora- Pedro Bento, ESTecnologia e Gestão: Diretor- José Filipe dos Reis e Subdiretora- Marta Amaral e ESEnfermagem: Diretora- Antonieta Medeiros e Subdiretora- Ana Clara Nunes) justificam que, num documento de nove páginas, “explicámos as principais razões que motivaram os nossos pedidos de demissão, através do documento que enviámos, por EDOC, à Sra. Presidente do lPBeja, bem como ao Conselho Geral, ao Conselho Técnico-Científico e ao Conselho Pedagógico do Instituto em 3/1/2023, e que anexamos, a bem da verdade e em defesa do nosso bom nome. E, mais uma vez, reafirmamos a nossa decisão de não continuar a desempenhar as funções”, rematam.

No documento intitulado “Clarificação sobre as razões que motivaram a demissão das Direções das Escolas do IPBeja”, os oito demissionários apresentam três items onde justificam as razões das saídas: 1-As Direções das Escolas não foram ouvidas nem chamadas a participar nos documentos estruturantes para a estratégia e funcionamento da instituição nos próximos anos (contrariando o disposto no art.2 4 dos Estatutos e no art2 12.2 dos Estatutos das Escolas), 2-A Presidente do IPBeja não promoveu uma relação de diálogo, de participação/colaboração ou de trabalho em equipa para com as Direções das Escolas e 3-A Presidência tomou decisões relativas à oferta formativa (que constitui a missão central do Instituto e das Escolas que o compõem), sem a participação e/ou concordância das Direções das Escolas e com consequências de relevo para a manutenção das formações, para o funcionamento e/ou acreditação dos cursos, para a qualidade do ensino ministrado, para o ambiente de ensino-aprendizagem e para a estabilidade laboral.

Maria de Fátima Carvalho tomou posse como presidente do IPBeja em 30 de novembro de 2021 e alguns meses depois viu um dos dois vice-presidentes, Rogério Ferrinho, pedir a demissão do cargo, por divergências com a líder da presidência, tendo sido substituído por Nuno Loureiro.

Teixeira Correia

(jornalista)


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