Fª do Alentejo: Litígio sobre poluição em Fortes chega a julgamento.


Uma habitante de Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo, exige uma indemnização de mais 260 mil euros à AZPO-Azeites de Portugal, fábrica de bagaço de azeitona que labora na aldeia, por considerar que esta é a geradora da poluição que causou problemas de saúde.

A ação deu entrada no Tribunal Central Cível de Beja em maio de 2020 e seis meses depois realizou-se uma sessão para tentativa de conciliação entre as partes, onde não houve acordo e a caso seguiu para julgamento.

Rosa Dimas de 60 anos, exige à empresa ligada ao Grupo Migasa, o segundo maior embalado do mundo, o pagamento de 261.370,70 euros por danos de natureza patrimonial e não patrimonial.

Pelos danos patrimoniais, que vão das despesas com a saúde, perda de rendimentos e outros a autora da ação pretende que a ré seja condenada a pagar 161.370,70 euros, e pelos danos não patrimoniais, relacionados pela afetação da sua saúde física e psíquica, pede mais 100.000 euros.

Na ação cível Rosa Dimas, residente há 12 anos no lugar de Fortes, acusa a AZPO de ser a causadora dos seus problemas de saúde que surgiram em meados de 2017, quando começou a sofrer de dificuldades do foro respiratório. A mulher alega que em determinada altura teve que deixas a aldeia e ir viver para casa de um filho, no Luxemburgo, onde foi também sujeita a vários exames.

A mulher sustenta ainda que a labora da fábrica levou a que na sua propriedade com 102 hectares, onde também têm a sua Habitação, teve que deixar de criar diversos animais que de destinavam a vender a terceiros.

Relativamente à AZPO, trata-se de uma empresa que explora há mais de uma década uma unidade industrial de aproveitamento do bagaço de azeitona, que através de processos físicos e químicos extrai a gordura para o fabrico de óleo alimentar, biocombustíveis e biomassa e produtos cosméticos.

São os fumos concentrados e as partículas de cinza, fuligens e resíduos, expelidas pelas chaminés que têm merecido a contestação da população e associações ambientais, que estão na origem da ação de Rosa Dimas.

Por seu turno a AZPO considera que não há razões para as indemnizações pedidas, porque não há o nexo de casualidade entre o facto gerador da responsabilidade e a ocorrência do dono, defendendo que a existirem danos, estes não tiveram origem noutras causas a que se consideram alheios, considera a empresa ligados aos espanhóis do Grupo Migasa.

Teixeira Correia

(jornalista)


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