Os militares da GNR ainda não receberam os gratificados relativos aos serviços de segurança durante o Festival MEO Sudoeste, organizado pela Música no Coração, gerida pelo empresário Luís Montez, que se realizou entre 7 e 10 de agosto, em Zambujeira do Mar (Odemira), ascendendo a dívida a 60 mil euros.
Após o Lidador Notícias (LN) ter questionado o Comando Geral da GNR sobre a situação, este não respondeu a nenhuma das seis perguntas colocadas, mas, o Comando Territorial de Beja (CTBeja) viu-se obrigado a emitir e enviar à empresa uma certidão de dívida, para procurar cobrar o valor em falta.
A situação que envolve a falta de pagamento dos gratificados do Festival Sudoeste será recorrente, tendo em conta ao que o LN apurou, que o pagamento dos custos da segurança da edição de 2022, foi pagou poucos dias antes do início da edição deste ano.
A operação “MEO Sudoeste 2023” foi coordenada pelo coronel Galvão da Silva, comandante do CTBeja, e mobilizou um elevado número de efetivos de diversas valências operacionais da Guarda.
Confirmando a receção do documento emitido pela GNR, o empresário assegurou ao LN que “estamos com um atraso, mas o pagamento vai ser regularizado até ao final da semana, até o mês termina”, tendo Luis Montez explicado que “já falei com o Comando de Beja e ficou essa garantia. É muito dinheiro, mas temos que cumprir os nossos compromissos, porque para o ano realizaremos o festival”, concluiu.
Ao contrário de muitas outras edições anteriores, este ano o Comando Geral da GNR não emitiu qualquer comunicado sobre os resultados da operação “Meo Sudoeste 2023”, onde eram aprestadas as detenções de pessoas, apreensões de estupefacientes e o numero de militares envolvidos. O ano passado a Guarda revelou que nas três fases da operação, início, festival e encerramento, da operação, que decorreu entre 30 de julho e 7 de agosto, “estiveram empenhados diariamente cerca de 100 militares de todas as valências”, sintetizou a Guarda.
Comando Territorial de Beja: dois pesos e duas medidas
O nosso jornal sabe que em outros casos de certames realizados este ano, foi aplicada a regra de “pagar antes de realizar o evento”, foi o que aconteceu com as Feiras do Porco Alentejano (24 a 26 de março) e a Feira de Garvão (12 a 14 de maio), conforme confirmou o presidente da Câmara de Ourique, Marcelo Guerreiro. “Fomos contactados pela GNR e liquidámos as verbas correspondentes, sujeitas a acertos à posteriori. Evoicaram o facto de existirem pagamentos de gratificados em atraso e apresentaram o caso do Festival Sudoeste 2022”, concluiu o edil.
Teixeira Correia
(jornalista)
