Força Aérea: Acordada saída do Aeródromo de Trânsito n.º 1. Haverá novo campo de tiro.


 

Já existe um memorando de entendimento para a saída da Força Aérea do Aeródromo Militar de Lisboa, o Aeródromo de Trânsito n.º 1, tecnicamente designado AT1. Terreno na ligação dos concelhos de Mértola e Serpa, a nordeste do Pulo do Lobo, na margem esquerda do Guadiana, será única operação para o campo de tiro.

A televisão SIC revelou que estão “por definir” os “valores de compensação a pagar à Força Aérea, uma vez que irão incluir a compra de um novo terreno para reinstalar o campo de tiro de Alcochete, bem como a alteração do uso do aeroporto militar atualmente existente no Montijo”.

A construção do novo aeroporto em Alcochete, obriga à deslocalização do campo de tiro da Força Aérea vai ter que ser deslocalizado e aqui entra o distrito de Beja, mais concretamente os concelhos de Mértola e Serpa.

Em 7 de dezembro do ano passado, o Lidador Notícias revelava que a FAP não tinha outra alternativa que não seja Mértola como possível destino para deslocalizar o seu campo de tiro, desde que em 22 de novembro de 2007, a situação começou a ser estudada.

Na altura fonte do gabinete do Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General Cartaxo Alves, respondeu que “independentemente da solução que vier a ser tomada, a Força Aérea será sempre, como noutras circunstâncias, parte da mesma”.

No entanto, de acordo com fontes militares, desde 2017, quando a opção Alcochete para o novo aeroporto já tinha sido considerada a mais vantajosa pelo LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil), a hipótese de Mértola foi ponderada como aquela que melhor servia os requisitos operacionais da Força Aérea e “nenhuma outra localização foi estudada desde então”.

Os primeiros passos para deslocalizar o Campo de Tiro

Recorde-se que os “primeiros passos” para mudar a infraestrutura para Vale no Poço, lugar também conhecido como “Fábricas”, nos concelhos de Mértola e Serpa, foram dados em 22 de novembro de 2007, assunto que voltou a ser abordado doze anos depois, pelo então Chefe do Estado-Maior da Força Aérea (CEMFA), General Manuel Rolo, no final de uma audição parlamentar, realizada a 16 de janeiro de 2019, frisando que “é fundamental para a operacionalidade dos aviões F-16”.

Justificando que “é um projeto adiado que tem um custo estimado de cerca de 242 milhões de euros”, disse, lembrando que há um estudo que aponta uma localização possível para o campo de tiro [Alentejo] quando a questão se colocar. Manuel Rolo justificou que o encargo mais elevado seria realizado com a transferência do Campo de Tiro de Alcochete para a zona de Mértola/Serpa, entre 2024 e 2036: o custo será superior a 242 milhões de euros.

Em dezembro de 2023, inquirido pelo Diário de Notícias (DN) sobre o que tinha previsto e preparado em relação à deslocalização daquele campo de tiro, o gabinete do agora Chefe de Estado-Maior da Força Aérea, General Cartaxo Alves, apenas respondeu que “independentemente da solução que vier a ser tomada, a Força Aérea será sempre, como noutras circunstâncias, parte da mesma”.

Em novembro de 2007, autarcas de Mértola e Serpa manifestaram-se contra a eventual instalação de um campo de tiro na serra comum aos dois concelhos para substituir o de Alcochete, alegando estar previsto um projeto turístico para a zona. Fonte da Força Aérea Portuguesa (FAP) revelou então que a zona de Mértola, “pelas características do terreno e baixa densidade demográfica”, poderia ser uma “alternativa a estudar”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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