Igreja: Bispo de Beja é um dos que vai sair este ano.


Cinco bispos completam 75 anos até dezembro. Entre eles está o patriarca D. Manuel Clemente. Setúbal e Bragança continuam o longo processo de espera pela nomeação do Vaticano. O bispo de Beja está doente e também sai.

Segundo o Jornal de Notícias (JN), um terço dos bispos portugueses pode sair este ano. Cinco bispos completam 75 anos até dezembro e, de acordo com o Código de Direito Canónico, apresentam ao Papa a sua renúncia, pedindo para ser substituídos. O bispo de Beja está doente e também sai. As dioceses de Setúbal e de Bragança continuam à espera que o Vaticano nomeie novos bispos.

Atingem o limite de idade: Lisboa-Manuel Clemente e Joaquim Mendes, Porto-Pio Alves de Sousa, Guarda-Manuel Felício e Portalegre-Antonino Dias e por doença em Beja-João Marcos.

Neste cenário de mudança, a investigação sobre os abusos sexuais na Igreja portuguesa mostrou uma Igreja “cansada”, “envelhecida” e que fala “a várias vozes”. Questionado sobre os procedimentos a tomar relativamente aos padres suspeitos de abusos, D. José Ornelas, presidente de Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), remeteu a decisão para as dioceses. “Os bispos agem como se fossem músicos de uma orquestra. Estão juntos, todos sabem a música, mas cada um toca o que lhe apetece, quando quer e como quer”, disse, ao JN, um sacerdote crítico quanto à falta de uma linha condutora que una os bispos nacionais.

Segundo avança o JN, D.João Marcos, bispo de Beja, apesar de só ter 73 anos, pediu a resignação por doença. Ao que tudo indica o pedido já foi aceite pelo Papa, devendo a diocese ficar em “sede vacante” até à nomeação de um novo bispo.

D.João Marcos, o “Bispo Pintor”, envolto em algumas polémicas

Sessenta e oito anos após a restauração, o Carmelo do Sagrado Coração de Jesus, em Beja, o primeiro convento feminino da Ordem do Carmo em Portugal, foi encerrado a 20 de setembro de 2022.

O processo de encerramento do Carmelo de Beja começou em 12 de julho de 2019, quando a Santa Sé assinou o decreto que tornava definitiva a medida, uma decisão que só foi tornada pública três meses depois pelo bispo de Beja, D. João Marcos. 

No dia 28 de abril de 2019, quando o Carmelo celebrou os 65 anos da sua Restauração, a eucaristia foi presidida pelo vigário da diocese Padre Rui Carriço, uma vez que o D. João Marcos se tinha ausentado para o estrangeiro. Dois meses depois foi conhecida a decisão da Santa Sé de encerrar o convento.

No início de março, o bispo de Beja sugere que os padres suspeitos de abusar sexualmente de menores possam ser perdoados, caso estejam arrependidos e tenham feito penitência. “Na Igreja Católica existe o perdão. Portanto, se realmente as pessoas estão arrependidas do que fizeram e fizeram penitência e repararam o mal que fizeram (…) e se há este renascimento que o perdão nos oferece, isso é importante. Não podemos desvalorizar isso”, afirmou em entrevista à SIC. D. João Marcos foi uma das pessoas, a par de um administrador da diocese de Setúbal, que não respondeu aos pedidos de contacto da Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja.

No dia 12 do mesmo mês, o bispo de Beja pede perdão por declarações e diz que “não há lugar para abusadores” na Igreja.

Depois de ter sugerido o perdão de padres suspeitos de abusos de menores, o bispo de Beja pediu desculpa e defendeu que a investigação dos casos deve ser rápida e resultar na aplicação “da lei civil e penal”. “Compreendo a deceção que provoquei dentro e fora da Igreja e a todos peço perdão”, referiu o Bispo de Beja num comunicado emitido ontem ao fim da tarde e lido, este domingo de manhã, por António Novais, padre de Beja, durante a missa celebrada na Sé Catedral.


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