Mértola: Guadiana, o principal clube do concelho, em destaque no Jornal de Notícias.


Clube de Futebol GUADIANA (Mértola): “Um clube feito e vivido por muitas famílias e gerações”.

Hoje em destaque no suplemento Ataque do Jornal de Notícias (JN), está o Clube de Futebol GUADIANA (Mértola). Os primórdios, a Cruz de Cristo, as famílias e gerações e a GRANDE VEDETA do clube e da Vila, José Baioa, são recordados no ano que o clube celebra 70 anos.

Manuel de Melo Garrido, o homem que em 1956 publicou em fascículos a “História do Desporto no Distrito de Beja”, conta que o futebol organizado em Mértola remonta a 1924 e já nessa altura existia um “Guadiana Foot Ball Club”. Tal como o atual Clube de Futebol Guadiana, fundado há 70 anos, em 1 de janeiro de 1947, a camisola era vermelha e no emblema estava a Cruz de Cristo.

Ao “Grande Rio do Sul”, o clube foi buscar o nome, e às velas dos barcos do Guadiana e dos navegadores portugueses, o símbolo do emblema. Em Mértola existe uma grande colonia de adeptos do Belenenses e a Cruz de Cristo levou o Guadiana a ser filial do clube do Restelo.

Pelas suas fileiras, como jogadores e dirigentes passaram muitas famílias e gerações. Pais, filhos, netos e bisnetos, que nos bons e nos maus momentos têm feito a história do clube. Atual chefe de gabinete do Presidente da Câmara, Luís Madeira, era jogador (capitão de equipa) e presidente do clube, quando este conquistou o único título de campeão distrital no futebol de onze.

A dimensão e o envelhecimento do concelho, dificulta a prospeção de jogadores. O exemplo é o jovem guarda-redes, João Luís Baioa, 16 anos, juvenil, que integra o plantel da equipa.

António Adanjo, presidente do Guadiana, lembra que “o aproveitamento dos filhos da terra, sempre foi o grande objetivo do clube”, recordando os maus momentos vividos no início dos anos 2000, em que “embarcou-se numa aventura no futsal, com muita gente de fora, que ia atirando o barco ao fundo”, remata.

Mas, falar do clube da “Vila Museu”, como Mértola é conhecida, é falar de José Baioa, antigo futebolista e o grande entusiasta do regresso do clube às competições associativas nos pós-25 de abril.

Em 1945, antes da fundação foram os “candidatos” a jogadores que construíram um campo de jogo, sem balneários, só com balizas em madeira, que batizaram de Estádio do Calvário. Até1973, jogava-se uma partida ou duas por ano e os jogadores e árbitros vestiam-se no velho matadouro e andavam a pé cerca de dois quilómetros até chegar ao campo da bola.

Em 2003, a pedreira no topo norte deu lugar a uma bancada coberta, balneários e instalações sociais, o campo recebeu um relado sintético e iluminação elétrica. Dez anos depois a zona envolvente é transformada num polidesportivo e um parque de lazer. Nestas infraestruturas a Câmara de Mértola investiu 1,5 milhões de euros.

“O subsídio anual da autarquia é o nosso principal suporte financeiro. Sem isso era muito difícil manter o clube”, justifica António Adanjo.

O Guadiana, é a principal agremiação desportiva do concelho, e esta época futebolística disputa o Campeonato Distrital da 1ª Divisão da A.F.Beja.

Os primeiros cinco jogos da época, significaram cinco derrotas, mas a equipa tem vindo em recuperação. “O objetivo é a manutenção. Vamos bater-nos para ficar nos seis primeiros lugares. Temos tradição na Taça e queremos chegar à final”, resume o presidente do clube, os objetivos da temporada.

Bilhete de Identidade

Passe curto

Fundação: 01/01/1947

Local de jogos: Estádio Municipal de Mértola

Sócios: 480

Equipamento:Camisola vermelha, calção branco e meias vermelhas

Palmarés: Campeão Distrital da 2ª Divisão da A.F.Beja (2010/11), Campeão Distrital e Vencedor da Taça de Futsal da A.F.Beja (2002/03), Vencedor da Taça da A.F.Beja (1985/ 86), Vencedor da Taça de Juniores da A.F.Beja (2003/04).

Outras modalidades: Atletismo, BTT e Cicloturismo.

Passe longo

As míticas etapas da Volta a Portugal com passagem por Mértola ajudaram ao gosto pelo ciclismo. Entre 1988 e 1992, o Guadiana teve uma equipa de ciclismo amador, com cerca de uma dezena de corredores, onde António Galvão era o craque da equipa. As Voltas ao Concelho de Mértola e à Margem Esquerda do Guadiana foram corridas ganhas pelos ciclistas da equipa mertolense.

Agora, com o apoio da autarquia, as partidas e chegadas de etapas da Volta ao Alentejo, onde Prudêncio Indurain venceu em 1996, tem Mértola como cenário anual.

a figura: “Baroti: jogador, capitão de equipa e vice-presidente”.

“Baroti”, como é conhecido Fernando Martins, 36 anos, era professor e há três, criou uma empresa de caça, na vila que é considerada a Capital Nacional da Caça. É o capitão de equipa e vice-presidente e há 30 anos que veste a camisola do Guadiana. “É um clube de amigos, é a outra família. Além de jeito, os jogadores que entraram têm que ter alguma ligação com a terra. O meu pai foi treinador/ jogador e colega do meu irmão. É difícil ser jogador e diretor ao mesmo tempo. Incuto o respeito por colegas e adversário, dentro e fora do campo”, justifica alegremente “Baroti”.

Plantel

Guarda-redes: João David Baioa e João Luís Baioa.

Defesas: António Paulino, Daniel Silvestre, Jorge Palma, Miguel Guerreiro, José Costa, Cristiani, Nuno Guerreiro, Rubenilson, Delmiro e Daniel Guerreiro.

Médios: Barry, Odair, Richard, Nelson Raposo, Fernando Martins “Baroti”, João Alho e Manuel Alho.

Avançados: Gonçalo Lourenço, Hélio, Mário Guerreiro, André Mestre e José Fernando.

Equipa técnica: Mário Tomé (treinador), João José (adjunto e treinador de guarda-redes), Filipe (massagista)

Staff: António Adanjo (presidente), Fernando Martins “Baroti” (vice-presidente), João Baioa e Daniel Palma (diretores-desportivos).

Teixeira Correia

(jornalista)


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