Protesto: Agricultores querem presença de António Costa na fronteira de Vila Verde de Ficalho.


“Enquanto o Primeiro-ministro ou alguém próximo, não vier ter connosco ou apresentar por escrito a aceitação das nossas reivindicações, não vamos sair daqui. Queremos respostas.”, assegurou ao Lidador Notícias (LN), António João Veríssimo, o porta-voz dos agricultores do Baixo Alentejo, que cortam a Estrada Nacional (EN) 260/IP8, bloqueando a fronteira de Vila Verde de Ficalho, desde a madrugada de ontem.

Sem dar mostras de cansaço, o agricultor foi duro com Maria do Céu Antunes: “não acreditamos na ministra. Já fomos demasiadas vezes enganados por ela. A rotura com o mundo agrícola foi brutal”, justificou. Os “Homens da Terra” que bloqueiam a principal ligação entre Lisboa e Sevilha e Huelva e vice-versa, ao nível do transporte de mercadorias, só acreditam nos governantes quando estivem documentos em mão: “nós queremos as medidas por escruto”, garantiu Veríssimo.

Sobre a desmobilização dos protestos nas fronteiras de Vilar Formoso e do Caia (Elvas), António João Veríssimo assegurou que “sentiram-se enganados. Houve uma falha de comunicação. Nós mantemos afirmes”, garantiu.

A fronteira de Vila Verde de Ficalho, no concelho de Serpa, localizada na EN260/IP8, que permite a entrada em Espanha por Rosal de la Frontera, está totalmente bloqueada pelos agricultores baixo-alentejanos desde as 03,00 horas de ontem, que têm na via quase uma centena de máquinas agrícolas.

De acordo com informações do Relações Públicas do Comando Territorial de Beja da GNR “a situação em Vila Verde de Ficalho mantém-se igual. Os agricultores mantêm o corte da EN260/IP8 e também da EM520, em São Marcos, concelho de Serpa, que liga a Paymogo”, acrescentando que da parte da Guarda “o dispositivo está presente desde madrugada e estará no local até que a situação se mantenha”, justificou.

O Alferes Luís Guerreiro revelou ao LN que “em Ficalho só passam os veículos de emergência. Os pesados estão a ser desviados para a fronteira de Barrancos e os ligeiros para a fronteira secundária de Sobral da Adiça, concelho de Moura e para a Ponta Internacional do Baixo Guadiana, em Pomarão, concelho de Mértola. Estamos em contato permanente com a Guardia Civil para minorar os constrangimentos dos condutos”, rematou o oficial.

O protesto dos agricultores nasceu do Movimento Civil Agricultores (MCA), independente de qual estrutura associativa dos agricultores, que entre outras reivindicações, querem a anulação dos cortes de 35% promovidos pelo Governo e do acordo com a Mercosur, que permite a importação de produtos muito abaixo dos que os que são produzidos em Portugal.

Teixeira Correia

(jornalista)


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