Protesto: Manifestação da CAP mobilizou “todo o Baixo Alentejo deste mundo”.


A cidade de Beja recebeu na manhã desta quinta-feira a maior manifestação de agricultores dos últimos 25 anos. O protesto foi organizado pela Confederação de Agricultores de Portugal (CAP).

A aconteceu no Parque de Estacionamento de Feiras e Exposições de Beja, sendo a quinta ação convocada pela CAP deste o início de 2023 desfilou pelas ruas da cidade. Mais de três horas depois do desfile ainda havia tratores nas ruas de Beja em direção ao Complexo Desportivo.

Na hora dos discursos, Luís Mira, secretário-geral da CAP, avisou António Costa de que “Sócrates tinha maioria absoluta e após o protesto contra o ministro Jaime Silva, nas eleições seguintes perdeu 250.000 mil votos. Só os que estamos aqui podemos voltar a fazer o mesmo que o Governo não muda de políticas para a agricultura”, rematou.

Apesar da chuva que se fez sentir ao longo da manhã, antes da hora prevista havia já muitos tratores no local de concentração. Os acessos a Beja estiveram totalmente fechados para quaisquer viaturas sem ser máquinas agrícolas para a manifestação, que o presidente da CAP disse ser a maior das cinco até agora organizadas”.

Tratou-se de um protesto contra várias situações que afetam o setor e está integrado num conjunto de ações já realizadas em Mirandela, Castelo Branco, Portalegre e Caldas da Rainha. Estas manifestações têm sido promovidas com o mote “Contra a incompetência de quem nos governa”, contestando um leque de situações, em que um dos principais focos é a decisão do Governo de transferir as competências das Direções Regionais de Agricultura (DRA) para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Álvaro Azedo, presidente da Câmara de Moura, marcou presença na manifestação, concretizando uma posição que o socialista já havia assumido publicamente. “Estou aqui a título pessoal, apoiando os agricultores do meu concelho que tão massacrado tem dindo nos últimos 20 anos. É urgente que Governo e agricultores se entendam para bem da agricultura nacional e a regional em particular”, disse ao JN.

As ações de protesto começaram em janeiro e têm consistido em marchas lentas de tratores e de agricultores, que depois convergem nas sedes das Direções Regionais de Agricultura e Pescas, e têm tido o apoio de diversas associações do setor.

Segundo os dados divulgados pela CAP, estiveram em Beja, mais de 800 tratores vindos, um pouco de todo o Alentejo, tendo o secretário-geral da PAC, Luís Mira, justificado que “em Beja esta todo o Baixo Alentejo deste mundo”, rematou.

Teixeira Correia

(jornalista)


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