Reguengos de Monsaraz: Começou ontem no Tribunal de Évora, julgamento do caso do Lar de Infância.


Diretora do Lar de Infância começou ontem a depor em tribunal à porta fechada. O julgamento tem nove arguidos, cinco demandantes, dois assistentes e dezassete advogados.

Évora, 03/10/2016 - Início do julgamento da antiga diretora técnica do Lar de Infância da Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz acusada de 11 crimes de abuso sexual. Provedor e funcionários também vão a julgamento por maus-tratos a menores, peculato e sequestro.

Vânia Pereira, a ex-diretora do Lar de Infância e Juventude, integrado na Santa Casa da Misericórdia de Reguengos de Monsaraz, começou ontem a depor, à porta fechada, no Tribunal de Évora, num julgamento perante um Coletivo de Juízes, onde é acusada da prática de vinte e quatro crimes.

A mulher, de 36 anos, divorciada, é suspeita de ter praticado os delitos de abuso sexual, maus tratos e sequestro de menores e peculato, na pessoa de crianças e jovens institucionalizados no lar, a maioria por ordem do tribunal.

Além de Vânia Pereira (assinalada no círculo, no meio dos dois advogados), sentam-se no banco dos réus, quatro elementos da equipa técnica e dois funcionários do Lar de Infância e Juventude e, Manuel Galante, o Provedor e instituição Santa Casa da Misericórdia.

Na primeira sessão do julgamento, onde marcam presença 17 advogados, alguns dos quais dos dois assistentes e cinco demandantes, foram identificados os arguidos, tendo a principal suspeita das sevícias, praticadas entre 2009 e 2014, começado a depor para negar as acusações que lhe são imputadas.

Sob a ex-diretora pende a acusação de manter relações sexuais com um dos menores do lar, sendo que um dos casos ocorreu na sua casa, no dia em que aquele festejou 15 anos. Outro dos casos que lhe é apontado ocorreu na casa do ex-marido, onde foi buscar uns pertences.

O processo, que conta com sessenta e seis testemunhas de acusação, entre os quais vinte e um jovens utentes do lar, tem já agendadas, até meados de novembro, onze sessões.

Filipa Canhoto (mãe de um dos jovens) à porta do tribunal.

“Fui vítima de violência doméstica e os meus filhos foram-me retirados por ser má mãe. Tiraram o dinheiro e trataram mal o meu filho, devem ser condenados”.

Teixeira Correia

(jornalista)


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