O Conselho de Administração (CA) da Fundação Joaquim Honório Raposo (FJHR) vai realizar uma sessão pública para dar a conhecer a situação que encontrou a 30 de setembro de 2021.
A iniciativa vai realiza-se no próximo domingo, d28 de maio, pelas 15,30 horas na Casa do povo de Salvada e tem como ponto único: “Apresentação de contas, situação financeira e patrimonial da FJHR à data de 30 de setembro de 2021”.
A administração presidida por Nelson Cruz tomou posse no dia 14 de outubro do ano passado após a realização das Eleições Autárquicas que o elegeram como presidente da União de Freguesias de Salvada e Quintos, que por inerência é o presidente a Fundação.
Recorde-se que após a tomada de posse o novo presidente da Fundação , decidiu exercer o cargo “pro bono”, fazendo reverter os 1.261 euros do vencimento pelo exercício da função para a instituição, por forma a minorar os problemas financeiros da mesma.
Tal como o Lidador Notícias (LN) revelou em 15 de novembro, para conhecer a realidade financeira e patrimonial da Fundação e as razões que levaram a que nos últimos anos o passivo da instituição tenha sido de quase 900 mil euros, o novo presidente do CA da instituição, propôs e foi aceite a realização de uma autoria à gestão da FJHR.
Na altura o LN revelou que entre 9 e 13 de novembro, um auditor da empresa contratada pela Fundação, esteve na sede da mesma que funciona na sede da União de Freguesias, em Salvada, onde analisou as contas e o património da instituição, tendo sido solicitados diversos documentos à empresa responsável pela contabilidade.
A auditoria visava analisar a gestão dos últimos nove meses, entre janeiro e setembro de 2021 e, segundo os resultados que fossem apresentados pela empresa auditora, podia a mesma ser estendida a anos e mandatos de direções anteriores.
Quanto ao passivo da Fundação, recorde-se que no final de 2017 este era de 722.478,05 euros, em 2018 subiu 816.621,65 euros, em 2019 voltava a subir, desta feita para 886,027,03 euros. Em 31 de dezembro de 2020 o passivo estava fixado em 760.126,03 euros tendo sido reduzido em 125.994,34 euros relativamente ao ano anterior.
Situação financeira “à beira da rotura”
Antes da auditoria a que a Fundação Joaquim Honório Raposo (FJHR) estava a ser sujeita, o novo Conselho de Administração presidido por Nelson Cruz, fez um levantamento do passivo da instituição a 30 de setembro e as dívidas rondavam os 700 mil euros. Os números baixaram, relativamente ao final do ano de 2020, porque foram utilizadas verbas do Fundo de Socorro pedido à Segurança Social, no valor de 283 mil euros.
A instituição devia 433 mil euros à Segurança Social, 25.000 euros à Autoridade Tributária, 60.000 euros de um empréstimo bancário e 80 mil euros a fornecedores. Os 30 funcionários das diversas valências da Fundação tinham a receber 80 mil euros, referente aos subsídios de Férias e Natal de 2020, Férias de 2021 e o vencimento de agosto.
Protesto dos trabalhadores (17 de julho de 2021)
A Fundação Joaquim Honório Raposo voltou a ter os salários e subsídios em atraso a trabalhadores, tendo estes e o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal emitido um comunicado exigindo o cumprimento dos seus direitos, nomeadamente, o pagamento de todos os valores em dívida até à data subsídio de férias e Natal de 2020, subsídio de férias de 2021, salário de junho de 2021 e outros suplementos, além da afixação de horários de trabalho e outras atualizações.
Teixeira Correia
(jornalista)