Dia Internacional da Mulher: Violência Doméstica, fenómeno criminal com visibilidade
Rogério Copeto Tenente-Coronel da GNR Mestre em Direito e Segurança e Auditor de Segurança Interna Oficial de Comunicação e Relações da GNR de Évora Para assinalar o “Dia Internacional da Mulherâ€, que se comemora hoje dia 8 de março, trago ao LN o tema da Violência Doméstica (VD), que constitui um dos fenómenos criminais, que na nossa sociedade tem tido mais visibilidade, pelas piores razões e por aquilo que representa para a dignidade humana, em particular da mulher. Da análise à estatÃstica criminal referente aos crimes de VD registados pelas Forças de Segurança (GNR e PSP), verifica-se que até 2010, o número de crimes aumentou todos os anos, atingido nesse ano o máximo histórico de 31.235 crimes, tendo em 2011 essa tendência se invertido, continuando a descer em 2012, sendo que em 2013 voltou a aumentar, atingindo os 27.318, no entanto ainda longe dos valores de 2010. Ainda não se conhecem os dados referentes a 2014, porque essa informação só será disponibilizada no próximo mês de abril, aquando da apresentação do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), referente ao ano passado. Por isso, são se sabe ainda se os crimes de VD aumentaram ou diminuÃram em 2014, mas tendo em conta algumas noticiais, entretanto saÃdas nos órgãos de comunicação social, parece que aumentaram. No caso de terem aumentado, haverá quem diga, que esse facto é negativo, porque há mais violência nas relações e no caso de ter diminuÃdo, poderá pensar-se que a diminuição dos crimes é um bom sinal e que vamos no caminho certo. Mas para outros, onde me incluo, quando a VD diminui é porque o fenómeno “se escondeu†e as vÃtimas, por vários motivos, não denunciam os crimes, e quando os crimes de VD aumentam, esse facto é sinónimo que as vÃtimas tiveram a coragem para sair daquela relação violenta e procurar ajuda. Terá sido a chamada “criseâ€, que atingiu o seu auge nos anos de 2011 e 2012, que motivou uma diminuição dos crimes de VD, altura em que até o número de divórcios diminuiu, facto indicativo que a vÃtima de VD se conformou com a sua relação violenta, porque apesar da maioria das vitimas já não depender economicamente do agressor, considera no entanto que as consequências da denúncia são mais gravosas para o seu futuro e dos seus filhos, do ponto de vista da sobrevivência económica. Por esse facto, sempre que o número de crimes de VD diminui, devemos questionar-nos se as campanhas de sensibilização estão a resultar, e por que motivo as vitimas não denunciam a violência a que estão sujeitas Também nessas alturas de maior austeridade, esquecemo-nos da obrigação que qualquer um...
A GNR e a Comunicação Social
Nesta sua primeira edição, faço votos para que este novo veÃculo de informação, que é o “Lidador Noticiasâ€, tenha muito sucesso no futuro e que cumpra todos os objectivos a que se propõe.