O “Estado-Maior” da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) esteve na manhã desta quarta-feira na Delegação de Beja a fim de “esclarecer todas as suas dúvidas”. A única certeza que ficou é a da entrega do “Edifício Refer”.
Segundo apurou o Lidador Notícias (LN) junto de fonte conhecedora do processo, da reunião em que estiveram presentes entre outros, o presidente, a vice-presidente e o diretor-geral da instituição e os trabalhadores, não resultou qualquer novidade sobre o futuro das Estruturas Residenciais para Idosos (ERPI’s), as Casas de Repouso José António Marques e Henry Dunant, e do Serviço de Apoio Domiciliário (SAD).
De acordo com os dados revelados ao LN pela nossa fonte, sobre as Casas de Repouso e a SAD, “a conversa foi mais do mesmo. Dizem que estão a reunir esforços para não fechar e após a avaliação do presente cenário a Direção virá novamente a Beja para informar qual a decisão tomada. Estão a fazer, segundo eles, tudo para que o desfecho não seja o despedimento, mas se tal suceder serão todos indemnizados”, justificou o interlocutor.
Tendo em conta que as instalações onde funcionam as ERPI’s não são propriedade da CVP e “face à sua degradação e ao grande investimento que será necessário, em espaços que não são sua propriedade, a eventualidade da manutenção de uma Casa de Repouso, poderia passar pela aquisição de um novo edifício”, revelaram ao LN, sem ter existido justificação de como, quando e onde.
As únicas garantias dadas foram as de que a Delegação de Beja “não vai encerrar” e que “após ser entaipado, o “Edifício Refer” vai ser entregue aos seus proprietários (Infraestruturas de Portugal)”. Sabe o LN que o contrato celebrado entre as duas partes, válido por 20 anos e foi rubricado em 28 de novembro de 2012, por Luís Barbosa, o então presidente da CVP, para ali instalar a Casa de Repouso e o Serviço de Apoio Domiciliário, prevendo o mesmo que “o espaço deve ser entregue ao seu proprietário em condições de ali continuar a funcionar uma instituição, tipo ERPI”. Se a obra não vai ser concluída terá a CVP que indemnizar a IP ?
Sobre o “Edifício Refer”, a obra está parada e ao abandono desde fevereiro de 2017, ocupado por dezenas de cidadãos nacionais e estrangeiros sem local para dormir, mas também por toxicodependentes. Em 30 novembro de 2017, depois de ter tomado posse como presidente, Francisco George anunciou que “no próximo dia 2 de janeiro de 2018, as obras vão ser retomadas. Está garantido o financiamento de 600 mil euros para as concluir”, mas se tal aconteceu, o dinheiro para aplicar nas obras do “Edifício Refer” não terá chegado a Beja e os trabalhos nunca chegaram a ser retomados.
Quanto aos utentes, recorde-se que ontem, o LN revelou que num outro documento endereçado aos familiares dos mesmos é referido que serão “contatados pelas técnicas da ERPI’s para uma reunião para analisar cada caso. As mesmas irão realizar-se até ao final do corrente mês”, justificam.
Recorde-se que a CVP tem nas ERPI’s de que é proprietária na cidade de Beja, 25 trabalhadores e cerca de seis dezenas de utentes e no Serviço de Apoio Domiciliário, mais seis funcionárias.
Teixeira Correia
(jornalista)