Beja: Doente espera mais de três horas e morre nas urgências.
Homem morre após esperar várias horas na urgência do Hospital de Beja. Unidade hospitalar assegura ter aberto inquérito.
Segundo a edição online do Jornal de Notícias (JN), uma semana depois da morte de um utente nas urgências do Hospital de Lamego, morre agora um doente no serviço de Urgência do Hospital de Beja, depois de três horas e meia à espera de ser atendido.
O homem, que recebeu a pulseira amarela na triagem, acabou por não ser visto por um médico, avançam a Antena 1 e a RTP. A unidade hospitalar garante que já foi aberto um inquérito a este caso.
Entretanto a Rádio Pax, avança que Rogério Palma, de 60 anos, morreu no sábado, 31 de janeiro, na sala de espera da urgência do Hospital de Beja.
O homem, depois de ter sido triado com pulseira amarela (avaliado como caso urgente), sentaram-no numa cadeira de rodas. Aguardou ser chamado das 17h30 às 21h00 horas, altura em que faleceu junto ao irmão e à cunhada que o acompanhavam.
A vítima, com residência em Beja, sofria de diabetes e foi-lhe diagnosticado há alguns anos hepatite C.
Uma semana antes, “como foi fazer analises encontrava-se um pouco debilitado, não se sentia bem. Eu e o meu marido achámos melhor levá-lo às urgências”, relata, Ana Teixeira, cunhada da vítima e residente na aldeia das Neves, concelho de Beja.
Na altura em que o doente estava a ser avaliado no gabinete de triagem, os familiares fizeram questão de informar o enfermeiro de serviço do estado clínico de Rogério Palma. “Apenas nos diziam para aguardar que o chamassem”, relatam.
Segundo afirma Ana Teixeira, os próprios utentes que esperavam na urgência “estavam revoltados” com a alegada negligencia e “falta de humanismo” que estavam a assistir.
Fernando Teixeira, aflito com o estado de saúde do irmão, foi várias vezes junto dos enfermeiros tentar sensibilizá-los para a situação. A resposta foi sempre a mesma: “tem que aguardar”.
Ana Teixeira, no meio do desespero comentou em voz alta, “quando o chamarem deve ser para a morgue…”.
Pouco passava das nove da noite quando Fernando Teixeira viu o seu irmão desfalecer e morrer na cadeira onde esteve cerca de 4 horas à espera de ser visto por um médico.
“Foi revoltante a forma como foi atendido”, desabafa emocionada, Ana Teixeira. “O tempo que esteve à espera foi o que o matou”, acrescenta, convicta.
Os familiares da vítima fizeram uma reclamação por escrito à administração do Hospital de Beja. Querem saber a causa da morte de Rogério Palma mas ainda aguardam resposta.