BEJA: Auxílio à imigração ilegal na barra no tribunal


A investigação teve início em 2007 , tendo como “chave” uma empresa com sede em Brejão/ São Teotónio (Odemira), estando envolvida a gerente e sete indivíduos estrangeiros.

tribunal-de-beja_800x800

Oito pessoas, sete homens estrangeiros e uma mulher portuguesa, com idades compreendidas entre os 32 e os 49 anos, e uma empresa lusa, começam esta segunda-feira a ser julgados no Tribunal de Beja, pelos crimes de associação de auxílio à imigração ilegal e de falsificação de documentos.

Os casos remontam a 2007, quando o grupo de forma fraudulenta angariou mais de quatro dezenas de cidadãos na Moldávia a quem cobrou em 1.000 e 4.000 euros/ por pessoa, para conseguir vistos de trabalho para laboral em Portugal.

Com a ajuda de Sófia Rosendo, gerente da empresa Sudoberry, localizada em Brejão/São Teotónio (Odemira), eram emitidos contratos promessa de trabalho e declaração da empresa, sendo depois conseguidos os visto de laborais junto da Embaixada de Portugal, em Bucareste, na Roménia. Depois de conseguida a autorização, os angariadores abandonavam os cidadãos moldavos no nosso país, sem nunca trabalharem para a empresa angariadora.

Ainda liderado pelo búlgaro Yulyan Anastasov, vulgo “Kólia”, o grupo obteve cerca de meia centena de atestados de residência para cidadãos originários da Bulgária e ilegais em Portugal, residentes no concelho de Odemira.

Os angariados eram transportados para uma residência em Olival de Basto, concelho de Odivelas, e na imediações da habitação, recolhiam carimbos e assinaturas de comerciantes e residentes para requererem o atestado de residência.

As requisições foram conseguidas na Junta de Freguesia de Olival de Basto, mediante o pagamento de quantias que variavam entre 150 e 200 euros, por pessoa. Depois dirigiam-se à Câmara e Finanças de Odivelas e obtinham os atestados de residência. Com base neste documento os cidadãos búlgaros angariados obtiveram os Certificados de Registo de Cidadania Europeia, emitidos pela autarquia, mediante o pagamento de 7,00 euros cada um.

Só em Janeiro de 2009, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), conseguiu apanhar “Kólia” e o grupo, ao encontrar na sua na residência, em Zambujeira do Mar (Odemira), diversos documentos de angariados que permitiu perceber os crimes e acusar os arguidos, que se encontram em liberdade. Para o julgamento, com um Tribunal Colectivo, estão arroladas cerca de meia centena de testemunhas de acusação.

Acusados e crimes

Sudoberry (empresa): 1 crime de auxílio à imigração ilegal.

Sofia Rosendo, gerente da empresa, 39 anos (Portugal): 37 crimes de falsificação de documento e 1 crime de auxílio à imigração ilegal

Yulyan Anastasov, 49 anos (Bulgária): 48 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal e 1 crime de detenção de arma ilegal.

Ion Olaru, 51 anos (Moldávia): 39 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Vadin Bors, 35 anos (Moldávia): 39 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Ivan Cunup, 48 anos (Roménia): 39 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Adrian Pantazi, 32 anos (Moldávia): 39 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Miroslav Andrianov, 48 anos (Bulgária): 9 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Dimitar Yordanov, 36 anos (Bulgária): 9 crimes de falsificação de documento e 1 crime de associação de auxílio à imigração ilegal.

Teixeira Correia

(jornalista)


Share This Post On
468x60.jpg