Desde que em 18 de Agosto de 2022, 40 cidadãos de nacionalidade timorense, ficaram em situação de sem abrigo, na freguesia da Cabeça Gorda, passaram pela Estrutura de Acolhimento Coletivo de Emergência (EACE) da Cáritas Diocesana, um total de 146 cidadãos daquele país.
Estes são algumas das mais de 700 timorenses vítimas de redes criminosas no país de origem e resgatados da rua em Portugal, a quem pagaram a viagem, tendo-lhes sido prometido trabalho no nosso país. O Serviço de estrangeiros e fronteiras (SEF) abriu nos primeiros nove meses do ano passado cerca de uma dezena de investigações por tráfico de seres humanos para exploração laboral, revelou o Jornal de Notícias (JN).
Depois dos 40 timorenses terem ficado em situação de sem abrigo, após conversações entre a Segurança Social e a Cáritas, a decisão final foi a de alojar temporariamente os 40 cidadãos na antiga “Casa do Estudante”, a única resposta imediata e possível numa situação de emergência para acolher estas pessoas.
De acordo com dados revelados ao Lidador Notícias por Ana Soeiro, responsável do EACE da Cáritas Diocesana de Beja, “desde dia 18 de Agosto até dia 11 de Abril de 2023, passaram por esta estrutura de acolhimento de emergência, 146 cidadãos de nacionalidade timorense”
Dos 146 cidadãos timorenses que passaram pela EACE, a situação é a seguinte:
– 55 saíram da estrutura por iniciativa própria;
– 11 foram para o Centro de Acolhimento em Fornos de Algodres, por indicação da Segurança Social, por serem os mais jovens e por haver necessidade de vagas na região;
– 1 foi para Centro de Acolhimento em Macedo de Cavaleiros, a fim de ir para junto com o irmão;
– 3 regressaram para Timor, tendo 1 os familiares pago a sua viagem e 2 foram através do Retorno Voluntário;
– 3 saíram para quarto alugado, uma vez que estavam a trabalhar na construção civil;
– 12 ao fim da 1ª semana de acolhimento na EACE, foram integrados laboralmente na Almina – Minas do Alentejo, em Aljustrel;
– 1 foi para Castelo Branco junto com um grupo que estava acolhido em estrutura provisória em Cuba;
– 30 foram integrados laboralmente no ramo da hotelaria e serviços gerais em IPSS, no âmbito das ofertas publicadas na plataforma da empregabilidade do Grupo de Trabalho da Imigração (só cerca de 10 cidadãos se manterão no local de trabalho, umas abandonaram e foram rumo à Irlanda, outras foram para outras zonas do pais);
– 19 foram integrados laboralmente, no âmbito do Incorpora da Cáritas Diocesana de Beja em articulação com o Incorpora das regiões, as empresas estão localizadas;
– 12 estão ainda na EACE.
Ao longo de 4 meses, entre agosto e dezembro, a Cáritas Diocesana de Beja realizou algumas ações informativas e outras, com o apoio de tradução da Embaixada de Timor Leste.
Teixeira Correia
(jornalista)