Beja: Empresa Municipal de Água e Saneamento fecha contas de 2017 no vermelho.
A Empresa Municipal de Água e Saneamento (EMAS) de Beja fechou ontem as contas de 2017 com aprovação do Relatório e Contas do ano anterior com pior resultado da década.
Com os quatro votos favoráveis dos eleitos do PS e duas abstenções dos eleitos da CDU, faltou o vereador Vitor Picado, as contas da EMAS, foram aprovadas ontem na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Beja.
Em documento enviado à comunicação social, a empresa, através do Administrador Executivo, Rui Marreiros, ressalva que “infelizmente ficaram agora confirmados os receios que preocuparam a nova administração logo que assumiu funções em novembro, altura em pouco já se podia fazer para conter os danos causados pela gestão do último quadriénio. A Empresa registou o pior resultado económico, pelo menos, dos últimos 11 anos, com um resultado líquido do exercício negativo”, sustentou.
Rui Marreiros frisa que “apesar de não ser fácil recuperar de um dia para o outro de um desequilíbrio que foi criado ao longo de quatro anos, este facto não deve trazer preocupações acrescidas para colaboradores, clientes e parceiros, atendendo a que trajetória de recuperação está já em marcha e esta administração tudo fará para que o real valor da empresa não seja afetado. Pode não ser num ano, neste primeiro ano, mas vamos seguramente recuperar porque juntos fazemos da água a nossa prioridade, com os nossos colaboradores que são a nossa força, para continuarmos a ser uma referência no serviço público municipal”, justificou.
O Administrador Executivo, expressa em números a preocupação do Executivo da Câmara, defendendo que “na verdade é preciso recuar a 2006, para encontra um resultado pior, uma situação que somada à dívida a bancos e a empreiteiros de cerca de 2.5 milhões de euros que foi necessário liquidar nos últimos meses do ano, torna esta situação ainda mais complexa do ponto de vista estrutural que a encontrada em 2009, altura em que a empresa sofria também de graves desequilíbrios financeiros”, rematou.
No decurso da reunião de Câmara, Rui Marreiros, revelou que em 2017, a EMAS registou cerca de 20.000 contratos, um volume de água fornecido de 2 milhões de metros cúbicos e uma faturação total de 6 milhões de euros. Nas explicações dos números referiu que “os investimentos nas empreitadas e os juros dos empréstimos limitam a capacidade de investimento da empresa”, acrescentando que está a ser negociado um acordo de pagamento da dívida às Águas Públicas do Alentejo, que em 31 de dezembro de 2017, ultrapassava os 2 milhões de euros”, rematando que existe “um desequilibro preocupante e é necessária uma redobrada atenção das decisões a tomar”, concluiu.
Em nome da CDU, o vereador e antigo presidente da Câmara de Beja, João Rocha disse que foi apresentada “uma explicação enganosa e está-se a desculpabilizar a anterior gestão (falando dos 4 anos de Jorge Pulido Valente) onde o atual Administrador Executivo, foi gestor”, defendendo que “as Águas Públicas do Alentejo tem pagamentos a fazer pela utilização do espaço e dos bens (a água)”, justificando que “a privatização da água em baixa é um processo a que o PS não está alheio porque foi iniciado pelo então Primeiro-ministro, José Sócrates”, concluiu.
Teixeira Correia
(jornalista)