Beja: Marcelo Rebelo de Sousa, na celebrações dos 40 anos do PSD.
O Vice-Presidente do Partido Social Democrata (PSD), Dr. José Matos Correia, e o ex-líder do PSD, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, estarão esta sexta-feira, 10 de Abril de 2015, pelas 21h30, numa sessão dos 40 anos do PSD em Beja, no Teatro Pax Julia.
No ocasião Marcelo Rebelo de Sousa, deverá recordar o “Verão Quente” de 1975 e a sua “aventura” em Beja, vagueando por cima dos telhados da sede do PSD, na Praça da República, depois da interrupção de um comício no Pax-Júlia, promovido pelo PSD.
Nas próprias palavras do PSD, recordamos os acontecimentos dessa noite na “Cidade Pax-Júlia” ………
– Pax-Julia 1975 – A noite mais turbulenta e perigosa do PPD/PSD em Beja e talvez no País…
Estava-se em plena campanha para a Constituinte de 1975, realiza-se á noite um comício no Cine Teatro Pax Júlia com a presença dos responsáveis locais e de Marcelo Rebelo de Sousa, tendo sido convidados para a mesa autoridades locais como o Governador Civil, Comandante da Policia e alguns autarcas de várias correntes politicas para evitar ou dissuadir os militantes de extrema esquerda que queriam à viva força entrar no Pax Júlia e boicotar o comício encontrando-se cá fora com palavras de ordem incendiárias: ”Abaixo o PPD”, “morte ao fascismo”, “fascistas”…
A segurança do mesmo era feita por um punhado de dedicados militantes da jota (JSD) Beja, com o reforço de alguns companheiros que tinham vindo da Escola Agrícola de Évora, mas a correlação de forças era desproporcionada em favor dos agitadores.
Após várias escaramuças e agressões e um ambiente bastante violento, e perante a persistência dos boicotadores, e em maioria, conseguiram impedir a conclusão do comício, que só permitiu a intervenção de Marcelo Rebelo de Sousa.
Armou-se tamanha confusão e violência que as autoridades também foram agredidas, saindo in extremis com os elementos da mesa do comício e dirigentes locais do PSD e JSD, por uma porta lateral, ficando, a segurança da JSD encurralada num canto do Teatro registando-se nessa altura a existência de vários feridos de ambos os lados.
Ouviam-se os atacantes pedir por justiça popular, criando-se um ambiente de tal forma violento que teria um desfecho bastante imprevisível senão tivessem sido retirados por soldados do “copcon”, que intervieram e os levaram para o quartel do RIB até ás 2h da madrugada quando puderam sair em liberdade e segurança.
Após o boicote do comício os dirigentes locais do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa e comitiva, dirigiram-se para a sede na Praça da República que tinha um soldado à porta supostamente para a proteger e aí aguardavam que as coisas se acalmassem.
De imediato os dirigentes do PSD se apercebem que o pior podia acontecer e as coisas não ficariam por ali, pois o barulho lá fora ia aumentando e os que boicotaram o comício tentavam assaltar a sede e arrombar a porta que já tinha sido reforçada com secretárias e cadeiras.
Mas o pior aconteceu mesmo… o soldado desapareceu, os amotinados arrombaram a porta da sede levando cadeiras, maquinas de escrever, stencils e diverso material, arrombaram também a porta de uma casa particular que confinava com a da sede, apoderaram-se dos livros da estante, alguns com biografia de Salazar e como se fossem pertença do PSD, levaram tudo para o centro da Praça da República onde foi ateado um fogo que reduziu a cinzas o “acervo literário, segundo eles fascista…” que supostamente se encontrava na sede!!!
Entretanto a fuga dos militantes que se encontravam na sede antes do arrombamento, dá-se por duas vias, por uma porta das traseiras saíram dirigentes do PSD e da JSD e alguns dos participantes no comício, pois a turba vinha atrás e já se tinham ouvido o som de alguns disparos, e pelos telhados, saíram Palma Santos Dirigente da Distrital do PSD de Beja e Marcelo Rebelo de Sousa, este deambulou pelos telhados da cidade cerca de uma hora numa noite fria, até ter sido evacuado para uma casa em segurança e ter partido para Lisboa com os que o acompanhavam, onde chegariam de madrugada…
