Beja: Um ano depois, as obras do lar da Cruz Vermelha ainda não arrancaram.
Já passou mais de um ano desde que Francisco George, presidente da Cruz Vermelha, fez o anúncio em Beja, do investimento de mais de um milhão de euros na construção de uma nova residência. Em rendas desde fevereiro de 2017 e com as obras paradas, a CVP já gastou 170.000 euros.
A obra parece que vai finalmente avançar, tendo em conta que na reunião do Executivo da Câmara Municipal de Beja “foi pedida a isenção de pagamento de taxas devidas pelo licenciamento das obras de alteração e ampliação de residencial de idosos, sita na Rua D. Afonso III, nº 1, em Beja”.
Foi na noite de 30 de novembro de 2017, poucos dias depois de Francisco George, ter chegado à presidência da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), que fez o anúncio de que através da Delegação de Beja, iria investir mais de um milhão de euros na construção de uma nova residência para utentes da instituição, cujas obras tinham sido interrompidas em fevereiro, por falta de financiamento.
Desde essa data, o interior do edifício já foi alvo de vandalismo e de roubos. George tinha então anunciado que “no próximo dia 2 de janeiro as obras vão ser retomadas. Está garantido o financiamento de 600 mil euros para as concluir”, justificou. Nas obras já realizadas foram investidos cerca de 500 mil euros, mas a falta de financiamento para a 2ª fase, levou a que fossem interrompidas.
Apesar das obras estarem paradas desde fevereiro 2017, a CVP continua a suportar o pagamento da renda mensal do edifício, no valor de 8.500 euros, o que significou um dispêndio de 170.000 euros.
O edifício pertence às Infraestruturas de Portugal, e o protocolo entre as duas instituições, foi assinado em 2012 e prevê o arrendamento durante 25 anos, mas a CVP, deverá avançar para a sua compra e a residência terá capacidade para 60 utentes do lar da 3ª idade, além de possibilitar a prestação de apoio domiciliário a meia centena de pessoas.
Quando a nova residência estiver operacional, a Cruz Vermelha vai encerrar os outros dois espaços que tem no Centro Histórico de Beja, onde funcionam as Casas de Repouso e o Serviço de Apoio Domiciliário, onde a instituição gasta cerca de 7.000 euros em rendas mensais.
Até ao final dos anos 70 funcionou no edifício, a cantina dos trabalhadores de Caminhos-de-ferro. Posteriormente, e durante década e meia as instalações receberam a Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTIG) do Instituto Politécnico de Beja.
Teixeira Correia
(jornalista)